EXCESSOS DE LUZ
Luís CostaEPÍGRAFE Ajoelhou-se e com o dedo indicador escreveu na areia: a minha boca é um fruto enegrecido pela redondez cruel dos vocábulos.SONHAM na incerteza ferozsob o excesso da luzenquanto uma...
View ArticleIX POEMAS DE PAUL CELAN
Versões de Luís CostaOUÇO , o machado floresceu,Ouço, o lugar é inominávelOuço, o pão , que o olha, cura o enforcado,o pão que a mulher fezouço, eles chamam à vida o único refúgioHAVIA TERRA neles e...
View ArticleArticle 3
ao tocar um caminhofalei-lhe ao ouvido de uma matéria mais quente para se esquecer da imitação das árvoresà escala de uma estação o olharcada volta que a informação dá no espaçocomo um convite para...
View Article"nas encruzilhadas cartas de Lovercraft"
VERMELHO-VELVET-VAZIOnáufrago dos bares ancoro num triângulo sem sono, órfão da noite salto mortal de penhascos sem suspense, sem redes, sem sonhos, apenas teias do destino, as bruxas de Macbeth, as...
View ArticleDa graça (I)
hoje chove, as escamas começam a cair dos meus olhos. os retratos naufragados me estendem as pontes. galgo os degraus para dentro do orvalho, espero lavar as camisas sujas.Sandrio Cândido imagem:...
View ArticleXI POEMAS DE YANNIS KONDOS
Versões de Luís costaA MÚSICA vinha do quarto dos fundos. Os meus antepassados choravam presos no paraíso. Tu tiraste a roupa. A tua sombra de cobre falou com os outros mortos.Cheirei-te com os...
View ArticleArticle 1
Cápsulas vagam no extremo vazio, bolhas sopradas do que não tem começo ou fundo: a deusa noite é uma fenda no abismo do oceano de éter. A película é tão fina que não impede a travessia de estranhos...
View ArticleTRIÂNGULOS AMARGOS (VII POEMAS)
Helena Figueiredo Registo fotográfico - Marta MonteiroA CICATRIZCacos amontoados, retratos rasgados lutas desiguais. Toquem as sirenes, os sinos...
View ArticleA seco
(Só mãe de criança abortada reconhece o amor no vermelho vivo do corpo do animal morto). Há uma mulher de costas, cabelos curtos, pelos grossos sujando a nuca. Peço para ver seus pentelhos, os fios...
View ArticleVASO COM FLORES NEGRAS
Luís Costa HÁ UM HOMEM que se ergue com a lâmina do vazio nas mãos há uma fístula aberta um buraco negro ao centro de cada testa pensamentos que são explosões de artérias veias metálicas e há o...
View Articleum anjo chora sobre mim
Edson Bueno de Camargo um anjo chora sobre mimsei porque chove aqui neste lugarsemprehá um cemitério de coisasque se dobram como uma harpa quebrada plissados cinzas no cimentocansei de esperar a...
View ArticleDA OLEIRA ( VI poemas com esculturas de Sara Navarro)
Luís CostaFotografias: Esculturas de Sara Navarro( a técnica da cozedura ( ancestral ) do barro usada pela Sara Navarro é a soenga.como se pode ver na primeira...
View Article"Toda palavra é o som e a grafia da perda"
Imagem: Jerry UelsmannPor José Antônio CavalcantiSérie: "Páginas da zona de sombra" IIsso é um teste, um texto, um resto. Isso é, são, foi, foram os, as. Palidez de palavras na página porque as sílabas...
View ArticleUM POEMA DE PAUL CELAN COM UMA CARTA DE INGEBORG BACHMANN
Tradução de Luís CostaCORONA O outono come a sua folha na minha mão: somos amigos. Descascamos o tempo das nozes e ensinamo-las a caminhar: o tempo regressa à casca. No espelho é...
View Article"A intensidade do olhar lançou areia e memória à paralisia"
Imagem: Erik JohanssonPor José Antônio CavalcantiSérie: "Páginas da zona de sombra"IIChegou tenso e com uma cor esverdeada no rosto ao restaurante à beira-mar. Duas baleias marcavam duas da tarde no...
View ArticleENSAIO DE LEONARDO DE MAGALHAENS SOBRE JORGE MELÍCIAS
Quando pode-se falar muito com poucas palavras(ensaio sobre disrupção [Cosmorama, Portugal, 2008] do poeta Jorge Melícias [capa acima]) Adentremos o campo da Poesia curta e concentrada, aquela a poesia...
View Article4 POEMAS DE TEREZA AZAMBUYA
Sobre o medo de monstrosEm noites mal dormidasfico à espreita,esperando o monstro surgir debaixo da cama.Escuto um estalo no teto,o cachorro uiva na rua eeu aperto os olhos e...
View Article4 POEMAS DE FABRÍCIO SLAVIERO
dobradiça-papillonúnicaentre percevejos latonadoschapas-talvez-asasde cobreem meio a cabeças achatadase se na primeirasinais de óxido pormortificaçãonos segundossó nevos de mortepour oxydation* * *O...
View ArticlePOEMA DE HELENA BARBAGELATA
A cidade naufragadaNa cidade branca despedem-se as mãoscomo velas de linho, alongadas aoscéus, aguardando que alguma ave ascolha de manso; enquanto as manhãsinstilam malsãos os seus odoresputrefactos,...
View Article5 POEMAS DE VANDER VIEIRA
sem título VII a iminência de romper a rotação conjuntaa relação contínua da putrefação em frevona baía de choques casualmente incipientes chamas de causas insipientescriando um nó – cai sem querer um...
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