UMA PROSA PARA DAR FOME, DE NORA FORTUNATO
Prima, eu sei que a pizza chegou, não sei o recheio, mas ouvi a campainha e o chamado aí debaixo. Por aqui uma música insiste em um semitom, deve ser o game das meninas, que deixaram ligado para a...
View ArticleCONTO DE RONALDO CAGIANO
FOSSO, FOSSAS (*)...basta-me este silêncio aqui de fora, o meu silêncio, não preciso de que me atirem pelo rosto nenhum outro silêncio, nem tenho um rosto para que me atirem, nem tenho um rosto, apenas...
View Article4 PROSAS DE ANNA BEATRIZ MATTOS
ainda tenho sono e má vontade para as coisas de grande importância. minhas costas doem como se eu tivesse antecipado nesta madrugada os meus cinquenta anos. durmo o meu interior mas continuo de olhos...
View Articleo pão da vida
dias de trigo são mastigados com os dentes insanos das tardesquentes como o despetalar dos ossos, quase roídos, quando, há mais esconderijos do que óculos escuroso olhar é um grão a ser colhidono seio...
View ArticleO Simbolismo Brasileiro para além de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens
O Movimento Simbolista, corrente literária fincada no ideal da perscrutação lírica e sugestiva do ser, do além e da própria significação onírica da vida, teve, no Brasil, por convenção didática, os...
View ArticleNOITE
1.os olhos afundam num mar de pranadiluído em fumaça2. todas as veias enlouqueceramdas têmporas comandam a revolta silenciosa3.entorpecimentoé como mergulhar em câmera lentaneste oceano de fuligem sem...
View Article8 POEMAS DE "RASCUNHOS DO ABSURDO", DE JORGE ELIAS NETO
“roda peão, bambeia peão…” No absurdo de agora e à espera da vida eterna, Amém!Régua quebrada Não me importocom numerar as penas do cisne.Versejo com apetite.Cato palavras...
View ArticleCULEX PIPIENS | UM CONTO DE ALBERTO BRESCIANI
O mosquito se assusta com o movimento brusco do corpo. A respiração ofegante o arremessa. Em loops, altera a rota elétrica. Ela abre os olhos e ainda não compreende. O pescoço está suado, embora a...
View ArticlePecados (sete micros)
OrgulhoAbaixo a cabeça, o sangue pinga na letra redonda (a tal carta). Borra vermelha sobre fundo falso, minha tela mais viva.InvejaO desgraçado tão calmamente lambe o próprio saco, depois levanta os...
View ArticleArticle 0
Passeio Público IAvenida, Serpente em ebulição, Zoom repintando Na tela de cristal líquido Escamas de dragão,Lagarto em arco-íris,Réptil ao vivo e a cores,Sem vestígios de hemoglobina Nas bandeiras...
View ArticlePOEMA DE ROBERTO DUTRA JR.
senhor, senhor,a tormenta em volta,a nau em vagaeu quis conter entre a moldurauma ruptura, seu impronunciável nome[a tormenta em volta a nau em vaga]onda após onda a maré rompeu meus ossosno mar...
View ArticlePoema de José Antônio Cavalcanti
Arte: Adriana VarejãoPiscina de plástico em 4x1.Renoiras esconderiana parede falsada galeriaCézanne em brancoabandonariaas banhistasespantadas em leito secoao se armaro plástico azulcom peixinhos cor...
View Article"dos que me cabem"
Sou a redenção dos credos,o vômito dos miseráveis,o aborto dos amores.Sou os gritos de Frida,o desgosto da ferida aberta no peito.Sou o paetê das drag queens,as madeixas de Bethânia.Sou o subliminar...
View ArticleTempore patris mei ou esboço de um instante em dissipação
"Espera". (fotografia digital)Juan Casemiro, 2013., e era uma cidade pétreaconstruída com partículas de sonhos misturados com água(concreto).eu(água)rdava;as construções eram de um silêncioque...
View Article6 poemas de Priscila Merizzio
DespojoBêbeda intrepidezAfundo a adagaNas cartas do tarotVocê cospe sangueA lâmina cravadaSuas vísceras eclodemTempero seu corpoterra e sementes de ervas daninhasOs vermes regalam-se com sua carneDanço...
View ArticleNA REDE QUE TUAS PÁLPEBRAS TECIAM (poema de Rodrigo Garcia Lopes)
Na rede que tuas pálpebras teciamo presente ardente, o ventosem movimento. Só tu tens a chave para o mundo e seu anagrama infinito. A manhã se debruçasobre o leito obscuro de teu rosto.Agora, da...
View ArticleDois poemas de Cardoso Tardelli
DOIS POEMAS DE CARDOSO TARDELLIO QUARTOA noite circunda o meu quarto.Vejo, daqui, a lua tristonhaCom o seu olhar pesado e fartoComo o olhar de quem não sonha.Sinto um perfume e o aparto...Com ele, uma...
View Article6 poemas de Luiz Gustavo Pires
Frederic Clemento labirinto é aquio provisório abismoeste rosário de calêndulas ?pálido pêndulo de asashorizonte de estrelas donzelas– calendários –é aquio solitário pórfiroeste imaginário de istmos...
View Article"essas raposas vão voltar feito numa ressurreição de mamutes"
Temporada de Caçaeu e john: nós estamos atirando nas raposasnós temos todas as metralhadoras e nisso eu tô feliz tipo a garota que é puro constrangimento tendo relações sexuaiso grande b e o pequeno b...
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