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5 POEMAS DE MARIA FLORÊNCIO

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Não tem a presunção em
ser o guardião lunar.
Mas se encanta em suas fases.
São como lápides ornamentando ciclos. 
Renomeando o fim de um dia cálido.
Revelando os ângulos sobrepostos
Em mesas fartas de esperança.
'Um feito, existido'
Alguma coisa a sinalizar um fardo,
Uma dúvida procrastinada.
A pausa a repousar ali atrás do mundo.
Curvas amarelecidas, macias nuvens, orquestradas se abrem em cortinas
Horas imprecisas maturam a pele cansada.
Sob um sulcado franzir entre a nostalgia e o nada.
Em qualquer lugar do mundo existe a mesma história...
'Ser o fim ou um insistir de horas amarradas.'
A lua, orbita pausadamente sua elegância.
Em giros ímpares, diante à platéia muda.
Embevecida por uma vastidão de silêncio.
No outro lado dessa câmara cósmica.
O astro rei, se emociona...
Reflete uma dor que não esboça raios.
Mas sente.
'O fim dos dias seria uma fase lunar assim, ausente...Morta.'


'Nãos'!
Soam como tabefes de realidade
que tomamos via (m)oral.
Algo que nos requenta como banhos - Maria.
Feito mergulho gélido em manhãs de inverno.
Um 'NÃO' bem posto na cara da vida.
E a masmorra em que vivemos, tem sua trava rompida.
Existe a complacência morna do 'sim', lógico!
Mas ela, aliena...acomoda.
Aninha desde o nascimento até o fim.
'Ilusão é uma máscara tardia que não valha...'
Os impropérios dos dias, nos traz à tona, o quão benéfico nos são esses nãos e a teimosia.
A frustração nos induz à tentativa da navalha.
A batalha persiste a cada fatia dessa carne...
a minha!
Foi de tanto resistir aos nãos, que hoje estou viva.


Não é como se diz as coisas,
É como se doa aos atos.
Nunca foi o primeiro dos pronomes...
E sim, como se reverbera esse impreciso plural. Onde nunca me encaixo.
Como se trabalhar o pão ante a forma...
Como haver fôrma para o que não se (de)limita?
O que minhas mãos escrevem não são táteis,
Assim como o que digo, não se propaga...
Sabe!
Existir para mim...
Sempre fora algo despretensioso.
Inexato...
Entre um calendário e um quadro antigo.
(O reflexo turvo, interlocutor de um espelho.)
Um abismo, torpor...o peito ferido.
Um rito a espernear alguma sanidade.
Semeei essas miudezas singulares,
De sorrisos...
Entende?
Produzidos por gestos alheios.
'Como a emoção sutil que vi
brotar na base dos seus cílios
E acariciei com meus beijos'.
Cultivei a serenidade que, 'raramente'
Sinto em um átimo de suspensão.
'Por crêr em tanta beleza por entre os dedos.'
O amor a doação...
Por hoje, ritmar o coração para bombear equilíbrio físico que seja...
Se é que isso possa mesmo me ajudar.
Nunca desfiz o nó de uma lealdade utópica
...adquirida pela vida.
'Mas existe a faca a repartir o mundo em dois'
Coragem para os dias...
Que não me dizem os caminhos,
Mesmo sabendo-me um futuro em desalinho,
Desagrada-me habitar suas dúvidas.
Essa tempestade, por ora labirinto...
Sinto sim o vazio, não minto.
Um morrer à míngua das chuvas,
De nós(sos)...amanhãs.


Escolher uma denominada forma ou característica para representar
uma crise de ansiedade...
( em pico ).
Consequentemente, replicar essa denominação.
Tentar expor de maneira compreensível,
Usando a grafia, usando oralidade...
Raciocínio lógico, senso!
É como ouvir um vulcão
( nunca antes ativo ),
Em erupção repentina,
sem controle de nada.
em meio à natureza inexplorada.
(???)
Será que existe lógica para as dores incompreensíveis?
Há cura para o mais cruel dos males?
( Esse homem por dentro do homem,
repletos de porquês,
tentando rasgar cada minuto de ira,
de pânico, de dor)
...Como se fosse possível.
Esse, interno...
Matemático - ( instável )- físico...
Cujos cálculos,
buscam pela fórmula precisa de expor, o que ?
* um pouco
'mais' de café....
Para aquelas almas que não
sonham mais. 


 Eu releio suas claras intenções.
Mesmo quando me endossa sentimentalidade.
É uma mania de alma subjugada. Essa minha...
Sente?
O entremeio, as entrelinhas e o avesso?
Saberás de mim, apenas o necessário.
Não me queira flores abstratas
Não insira rascunhos, subpáginas.
És como é, leitor de cabeceira.
Sou como sou
Linhas subliminares e reticências...





Maria Florêncio. Fora feita nas coxas obtusas da mãe. Nascera: Caiçara-ariana e desaforada.
Pinta e borda a cara...
Com o próprio sangue, mas é quase sempre sem querer. Quase!
Morrera e renascera inúmeras vezes.
Vez ou outra...curada,
Culpada ou esculpida.
Que seja!
Hoje, se vê colcha de retalhos miúdos...
'Os ratos roeram seus sonhos pelas costas, quando a subjugaram feito tripé.'
Por sorte, ama de(s)graça.
E paga caro por isso.
Maria de fé, meio bípede, bolada, bipolar...
cafeinada e rude.
Desconfia da sombra e não erra.
Empunha os dias dentro dos pulsos afim de conter a ansiedade. E saí por aí... A pé.


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