Entre-o-CARVÃO-ACESO
Recuperar os POETAS denegados adentro da memória colectiva-do-acontecimento-futuração em espiral( geologias incestuosas e impessoais)____conflito caológico reflectido no espelho da Antiga-Alexandria( afectologia atlética da catástrofe)____: entesaduras duráveis das dobras dos olhares dianteiros escapam às tradições do rosto que procura desesperadamente, vingativamente uma explicação, uma origem: o balanceamento do riso absorve os decursos das mudanças das arenas ausentes das paixões mortificadas, afligidas e os os instintos das sombras da ulceração monocrómica desviam-se dos movimentos imanentes por meio das alimárias, das bestas prenhes de remorsos, de penitências ( nada sobrevém adiantadamente): o entre-distante das percepções-sensações escava a animalidade de corpos inominados e os paradoxos intersticiais catapultam resistências às penas, às expilações, aos vetos da vida sobre contexturas obscurecidas do corpo que nada constrói, nada cria, nada experimenta, nada faz___morre, trucidando____( sentir dissemelhantemente o que a reaparição nos arremessa, sim, o mundo está aí e acontece metamorficamente sem tolhimento, sem paralisias, agindo sendo actuado pelo poema-animal, eliminador de crenças, de confrarias, de reverências, sim, um animal-político sem expectação, sem tefe-tefe porque não se deixa manobrar, governar, coarctar) : são revoltas das vozes do pensamento das geografias inóspitas que ressoam na propagação das excriptas porque necessitam ser trespassadas por sensações desarvoradas, sem pontos de saída, sem pontos de chegada, sem tipógrafos, sem coordenadas____necessitam de defrontar a atracção do estranho, a profanidade dos lobos-solitários entre cadáveres sonoros, úlceras disruptivas, sim, se voltarem para trás do gigantesco CARVÃO-ACESO por meio das variações intensas do entre-dois do infinito que os transformam totalmente para se abrirem ao mundo_____serem afectados no instante que é já-em-si um emaranhado de escritas-itinerantes-sanguíneas entre as vistas do afastamento-adjacente, o estendal do tempo intensíssimo da existência e o boomerangue da liberdade demoníaca____: ultrapassar zonas cavernosas, assimilar arquipélagos vacilantes, impregnar-se no ressurgimento das coalescências sedimentares, problematizando o saber de uma língua apaixonada e sem gramática, captadora das forças cósmicas, de contemplações da antiguidade-futurível, de hinos insculpidos concomitantemente no real e no in-executável como se reconciliassem os deslizamentos da vida da morte, os assopros filmofânicos do pensamento com o metabolismo das lacunas dos agoras-indeterminantes, com os puzzles das rotas-babélicas dos povos feiticeiros, com os artistas de Grotte Chauvet, com as tatuagens das das memórias-ontológicas rés ao risco interrogador do caos criativo( estilhaçamentos sazonados pela extrusão hemática da palavra que se arruina dentro de si própria, cauterizando a imobilidade verdadeira da boca__sim__abocanhar quem refuta a vida, extrair os estilhaçamentos do mundo para incorporar as simultaneidades temporais em cada ocasião atravessadora de possibilidades vivificantes, bosquejadas pelos rastros das visões móbiles! Não é o mundo que deve mudar, é o corpo que se transmuta, transforma, sem medo, sem repulsa, sem serventia___o mundo está aí e acontece metamorficamente___sim___CRIAR ausculta o avanço, o deslocasmento da re-existência, nos metafenómenos dionisíacos-apolíneos) : memórias translatórias actualizam permanentemente as golpeaduras dos recomeços clandestinos da metalurgia linguística, a complexidade infinita dos olhares estrangeiros, os intervalos das meias-luzes do pensamento diante das visões mais profundas do inesperado____tudo é arrastado para a área raiada dos silêncios das escrileituras em planos de contágios infinitos( circularidades da intrepidez contaminada pelas celsitudes da profanação-araneiforme, da heresia fúngica e da sagração dos acasos-tremulantes num arvoamento suspensivo): os ricochetes das repetições intraduzíveis, os transes das sacralizações instauradas violentamente em corpos ininteligíveis, afastam o pensamento da razão através das multiplicidades existenciais, das renascenças transgeográficas que descentram os respiradouros-vertebrais do balbuciar-humano, as incisões das antecâmeras das línguas náuticas, das ventosas fabulatórias que habitam em des-aparecimento, povoam as signaturas-marsupiais rés à estrangulação das vozes im-possibilitadas de-dizer: são ritmos compositivos de fagocitoses quase-sígnicas, são cirandas fraudulentas e intempestivamente interactivas-pulveriformes, causando ruínas-criativas nas re-ligaduras não avaliáveis do finito da natureza infinita: estridulação polissémica e efracção heteronómica na incomensurabilidade dos espaços visíveis-vividos onde os tempos assimetricamente se desdobram escarificados para instaurarem os fluxos orbitais dos princípios das dubiedades, do não-nascido vibrátil que existe dentro e fora do poema-em-desleitura, reabrindo os arremessamentos da palavra-constituída-de-crítica-jazzística e valvulada perante o pavor das subducções do nada________outra palavra anfibiana faz da tentativa varacional do herático a enunciação das artérias panteístas e as mandalas excitadoras dos pensamentos-em-hibridização, fragmentam glossolalias-genomáticas, tentando profanar a voltagem do sagrado des-agregador de olhares centrífugos-entremeados pela celularidade das medusas rasgadoras do empírico, do percepcionado: sílabas-biogénicas esquivam-se das obscurezas ecoantes por meio da abaladura interminável de outras sombras transversalizadas pelas microagitações dos espalhamentos das longitudes-latitudes( incubação turbilhonante dos papos alvéolares)___sim__tudo nos transporta para a in-transitabilidade da língua com os jogos assintácticos da infância polifónica cheia de luxações verticais, de despojos das gravidezes inominadas e de expressões escorregadias, encruzadas inexoravelmente pelo passado absoluto que se diz heterogenia do presente: aqui, o discernimento e a impercepção não se circunscrevem, porque tentam encarnar a correnteza giratória do desassossego criativo, problematizando as transducções das vocalidades ( encadeamentos de irrupções de lances destruidores de idiomas e uma língua reemerge nos arrugamentos dos micromovimentos lisos entre as acções fabuladoras dos ouvidos do mundo__tudo__se constrói através da excepção das energias não mensuráveis, dos traços-intermezzos das forças insubordinadas___enzimas gongóricas): a voz rapinada, infestada pelos piroclastos-multímodos, intersecciona-se, transmuta-se nos livros piramidais dos mortos emancipadores da vida e uma voz desdobrada, jogada na recolha mágica dos vestígios opacos do corpo, atravessa os papiros metamórficos dentro dum vai-vém de línguas alienígenas_____outra voz-coexistente trespassa as abstracções retraçadas pelos écrans distorcidos dos véus incorporadores de desescritas que coreografam a presença das expressões-ágeis-incarbonizadas antes das possibilidades existenciais do poema( os instantes do corpo religam-se permanentemente à fulguração antropofágica do mundo): uma voz perplexa do poeta-renegado decompõe-se na escrita do corpo-em-crise-galopante, ressurgindo, regerminando na expansão da intangibilidade, observada semiologicamente pelo processo das epifanias indiscerníveis, das fabulações infinitas, das cissuras itinerantes-sedutoras, das margens convulsivas-sincopadas que precisam da proliferação do silêncio cataclísmico para dizer no mesmo-gesto-inumanamente-humano a in-esgotabilidade da espera de alguém que capta as devastações resplandecentes do mundo-vazante-informe com outro rumor do coro das armadilhas fugidiças que transpõem limiares adentro da natureza, transfronteirando e arremessando o mundo indefinidamente:são resistências repetidas pelo imperceptível do perceptível, são alfabetos nómadas, criando refracções das palavras nas bateduras amnióticas: profuso deserto-náutico heraclitiano capta o vivível em des-aparição, em linfas anárquicas, em povoações-diagonais porque tudo é uma irradiação de ex-crituras infinitas que fazem ziguezaguear o inumano-do-humano nos circuitos das forças heterogéneas, na imersão dos mapas insondáveis, nas linhas movediças dos diagramas para misturar as mortes dos deuses no nomadismo da experimentação criativa, nos sentidos paradoxais das falas iniciáticas que geram a improvisata dos relâmpagos das gesticulações das excriptas até à indiscernibilidade de todas as ressonâncias das raias demoníacas, da orfandade-do-transver-de-Ésquilo: conexões diluidoras do objecto-sujeito perante o enigma da duração e a palavra em putrefacção fisiológica se abandona na própria voz da cueldade-simulacral, falhando, revelando, distorcendo, ocultando-revelando as rupturas hemorrágicas do mundo entre as qualidades intensivas das colmeias que abocanham hipotálamos a-gramaticais, arrastadores de multidões-inexistentes, de enciclopédias sem metas nem chegamentos __ ANIMAL que vem e vive do excesso do mundo, do improvisado: animalidade-humana, fortalecida pela permanente revolta vibradora do magnetismo feronomático-cataclismático, implodindo intensões, ab-rogando, cinzelando ritmos matéricos com os encadeamentos do movimento das vivas sensações, tornando a vida criativa, sim, sentir a vida dos signos que nos levam para os macaréus da diferença, excriptando o poema fora das linguagens fossilizadas: esboçar deserticamente, nauticamente o mundo perante as forças puras, os traçados dinâmicos da repetição que acontece antes das palavras, dos acenos, sim, linhas-pororoca-de-acontecimentos, são pulverizações do absurdo que se estiliza no silêncio da realidade e nos olhares-dos-jogadores das ressonâncias existênciais, são hiperbórea de contrapontos-hiperbóreos entre os ritornelos desbravadores das perfícies-profundas surfadas pelos pensamentos-geógrafos destruidores de cavernas neuróticas, das verticalidades afuniladoras, porque o poema matérico-espiritual, tenta sempre escapar à estrutura da recognição por meio dos acasos-instantes tocadores de vida, sim, presentificar o verbo no tempo das coexistèncias, desligado de deuses-déspotas e de antropomorfismos, o verbo do perspectivismo dionisíaco-nómada do mundo que antecipa o inexistente, baralhando sensações com as assintaxias, combatendo a periodização logocêntrica com a hapticidade dos anfiteatros afectivos-animistas, quebradores de consciências: tudo actua num processamento ininterrupto, gerando novos idiomas incapturáveis nas várias correntes de vida adentro dos vertedores do desconhecido e da inesgotabilidade do real: fugir da razão-representativa e o poema se abre às forças descolonizadoras do mundo, fazendo natureza espasmodicamente, efectivando as encruzilhadas-afectivas-proliferantes que rasgam margens com as simbioses dos vitrais das vontades inalcançáveis, com a hibridização dançante__sim__ confrontar selvajaria e espiritualização entre os graúlhos mandibulares da tradição, as rasuras dos sobreestetismos e a matéria escorregadia do presente afectado pelo jogo plagiotrópico das coreografias futuríveis: a inexequível voz está sempre à tona com variações infinitesimais)________os óvulos glandulares do pensamento criptogâmico, os feixes dos micromovimentos das coexistências esgueiram-se para o espaço mais interior do corpo, um corpo mudamente-acústico a procurar o acaso policromático( tudo se dissolve no magnetismo intenso da vida, mesmo sentindo que o desconhecido faz parte do silêncio tensionado pela auscultação dos hieróglifos de ossificações polifónicas_____ defluxões inervadas do corpo, cinzelam sisifianamente os escombros da linguagem humana-inumana-animalizante( monadologia ecológica)____assim___o transleitor colocar-se-á no prazer estético do silêncio do mundo, nas dobras dos orifícios dos obstáculos incessantes, das línguas-por-vir entre a gagueira do mundo e o estado livre das singularidades que inflectem pensamentos móveis nas veemências dos encontros das superfícies das desescritas(o poema afirma-se nas interferências dos andarilhos que defrontam a gravidade-trapaceante ): o ruído das sílabas em contraste cosmogónico cria convergências das errâncias por detrás dos rigores in-alcançáveis que nos arremessam para as sonoridades da cegueira-visível, para as contradições reconstruidas na ética-estética dos afectos( homeostasia fractalizadora):microplanos das arquiescrituras são esboçados nos embates infinitos de forças convulsíveis, subversivas e ameaçadoras, porque tudo se des-incorpora no deserto-resvaladio da linguagem entre a insânia do in-acabado, a vastidão do inapreensível e o erro de Ulisses sob vozes refractantes e desabadas pelas intercadências anamórficas sem alvos( o grito re-enceta o desvelamento da visão, o ritmo intervisual da pulverescência geológica, a visualidade lúdica da confabulação entre intensidades variáveis e radiações termosalinas: são caixas acústicas que se religam ao caos, às dobras transformadas do corpo para serem absorvidas pelas inesperadas focalidades cósmicas-catalíticas( participação extravasante das encorpaduras afectivas, o crime da palavra torna-se na ofegância criptografada uma zoofonia-gestáltica , o mergulhador-poeta retraduz-se nas simultaneidades a-sígnicas do alto-mar e a violência ondulatória recolhe sempre a in-visibilidade avançada da palavra, a ressurreição da palavra reflectida no vegetal-mineral do abismo-surfante ): esta caça do pensamento dos interfaces da i-emersão melismática, amostra as alucinantes sombras dos verbos intransitivos que lançam as marcas das falas nas epistemologias-gésticas estranhamente colapsadas pelos prestidigitadores translatícios: são-já o rumor da fascinação abismática, a catástrofe criativa, os resvaladios noéticos, as abaladuras inverbalizadas que interrompem o poema inundado por percursos geodésicos e fracturado pelo desmantelamento da memória do mundo, pela in-inteligibilidade das golfadas do mundo: as certezas desaparecem entre as palavras despedaçadas e despedaçantes que não sabem das suas subducções, das anfrutuosidades no corpo em desejo permanente____sim___ os rumores-mercuriais da estranheza de uma miríade de gestemas, as fracturas cartográficas destruidoras de dominações-olhantes e as soberanias entrelaçadas na anti-memória de uma fala-parturiente, predizem as conexões do indizível que nos leva para a magicatura doutras vocalidades transversais, para o risco das vizinhanças do ouvidor e inventor de novos itinerários sem metas, nem chegadas, nem sentenças( nada é fixado e tudo acontece na ofuscação das bordas, dos limites que desprotegem o discernimento no confronto da espontaneidade da ablepsia na claridade-ciclópica, recuperando as emergências das azulejarias do poema entre as entropias fundentes, as avalanches do corpo contaminado pela “razão-ardente” dos eclipses do mundo )______as forças do corpo-olhante, dissipam-se, ressurgem, dissolvem-se, recomeçam nas matizes do in-acabado, nas sensações vertiginosas, nas variantes telescópicas, nos feixes multiformes-astríferos, nos alvoroços atmosféricos que escapam à compreensibilidade-balizadora, reproduzindo o que foi zurzido nas travessias da des-aparição, no enfrentamento do grito-cancional antiquíssimo para se transferir novamente, reiteradamente, intuitivamente para ALFABETOS-outros-do-ACASO em ritmicidades-ecoantes do vivente, do vivificador de um presente-trapezista_________ formas desfiguradas, destruidas pelos rastros do passado colectivo-em-futuração-criptografada: expressões autofagiam-se para se deslembrarem, regerminarem fora dos batedouros-escamados-do-euismo e da granulagem bolorenta do poder______sim______a vida é risco, é pensamento, é invenção, é negação teleológica e das causas finais____ o culto da morte é e será inimiga do criativo-afectivo__sim__ é inimiga da ética, dos acontecimentos estéticos( o homem não possui livre arbítrio, ele vive nas e das intensidades em devir e jamais viverá assujeitando-se a uma moralidade nutrida por deuses definhados: combater a morte sem idealismos, sem utopias, sem antropomorfizar a realidade, sem filosofias da finitude, sem filosofias flageladas, agonizadas, mas atravessadas pela incomensurável germinação háptica-dinâmicas que recria, experimenta imanentemente o mundo, fora das “interpretoses” e das classificações dicotómicas, dualísticas tão sugadas pelos desígnios providenciais___sim___defrontar a morte, afastando do corpo a crendeirice, os instintos supersticiosos, o pânico, os afectos tristes, as identidades-déspotas reguladoras do mundo rebaixador da vida ____ voluteamos na loucura, no delírio, na paixão, no real: estas correntezas fazem parte inumanamente do poema entre o caos acentrado, o labirinto acentrado e a pré-vida do acontecimento em devir como um ritornelo paradoxal com implosões ritmáveis antes da palavra que povoa, valoriza, fortalece o tempo-puro-inconsciente: o poema espiritualizado fragmentariamente, cruelmente pelo real irrepresentável, inesgotável, evitando que o corpo-palavra seja avassalado, amansado, esquadrinhado adentro duma cremalheira de poder antropocêntrico, pelas essências das lógicas divinas e por uma natureza utilitarista que lhe provocará a impotência, transformando-o num asilo circunscrito de julgamentos do certo e do errado: o corpo questiona a expectação da própria resposta por meio de um olhar-grito para assimilar o seu espaço mais interior que despontará nas superfícies em desdobramento porque se nutre do desejo do caos multiplicador do caos, devorando, perfurando, percepções_____é esse o poema escavador, lenhador, escalador de forças cósmicas, é esse o corpo que busca o silêncio-acústico ao atravessar os desertos de transmutações contínuas, esse corpo cartográfico, coreográfico que risca o caos com com o intenso fulgor, com a tensão dos olhares já-fora de si mesmos onde os traços imperceptivelmente perceptivos acontecem nas forças vivas inobjectiváveis, intermitentes, interrogativas( formas aformais absorvidas e dilatadas simultaneamente pelos magnetismos do mundo onde o obscuro se faz silêncio nos recomeços imprevisíveis do texto-corpo, levando-nos para o transbordamento, a disseminação das sensações em movimentos ritmados, sem repouso, dançar incessantemente com as correntezas impactantes, transformadoras dos palcos-hápticos que nos faz religar a-nós-próprios-e-ao-mundo____o poema desobstrói, DESENTULHA os poros afectivamente, imanentemente, criativamente, porque seu pensamento é resistência que busca transpor trincheiras, revolvendo viáveis saídas, traçando novas bordas imprevisíveis e fazendo das indiscernibilidades e das indecifrabilidades o excesso das capacidades sensório-motoras: é este o corpo movimento nas forças positivas da invenção, é este o instante que procria o instante imanentemente e faz da vida um processo do caos-cósmico-osmótico por meio das singularidades impessoais onde um signo a-sígnico escava o pensamento para afectar tremendamente a vastidão profusa da perspectivaa, tradutora da realidade inabordável: o poema se inscreve transversalmente no intervalo, nos interstícios dos ecossistemas percebidos pelos biomas já-desejados, assim, as velocidades-longitudes a-sígnicas se tornam compulsivamente avassaladoras, problematizadando o criativo: é este o processo CONTAGIANTE do poema insculpido nos ritornelos das capturas estranhas da transformação do tempo de matérias diferentes, de algoritmos matéricos conectados com os crivos caológicos, transvertendo a palavra numa linha ininterrupta de forças de intensidades variáveis, de forças abstractas ( o leitor agindo e pensando sem profecias, nem previsões, nem entropias pontilhadas da termodinâmica)___sim___o terror vive da aproximação das palavras obsessivamente localizáveis e ao absconder-se na hemolinfa térmica suga as cirandas-de-mutações-difónicas com os lances infinitos dos ofícios-mecanicistas adentro dos intervalos verberantes de quem procura planos simétricos( sentidos sem objecções): experimentação do pânico do esquecimento em direcção ao delírio das rotas, ao transitório dos eixos da exuberância do quase-desvendamento das hidras-sígnicas que continuam a misturar vagamundos por meio da opticidade dos conceitos para abrirem às profundas ressonâncias das fracturas do mundo, à anterioridade devoradora da paisagem-caos da ex-crita: o poeta se abandona-afirmando o arrancos da clandestinidade e se expira ao acolher o reconhecimento entre os estandartes da entropia cronológica, porque não esculpiu as velocidades-lentas das permutações esfíngicas-mágicas da palavra( a voz-animal-do-poema fundida epifanicamente na perfulgência rasgadora dos subterrâneos, atravessando uma presença corporificada no ritmo da ausência-boomerangue, da visiva da imprevisibilidade que vem descontinuamente do fora que é o dentro trepidante do enigma-multívago: são partituras inobjectiváveis mundificadas no in-visível que copula violentamente as palavras mutiladoras-construtoras do real, volteado por superfícies dançantes de todas as artes e de todas as ciências entre angulações e dobraduras phaneroscópicas ( o olhar do poeta-denegado se transforma nas fundações topológicas da aparição alógica in-cicatrizável, dos resvaladouros góticos): retraçar os corpos com as recomposições do inacessível, com o sangramento da epiderme epifânica, com o saber do não saber dentro da impermanência dos alvos dos mapas do mundo que jamais nos darão a visibilidade-total entre abecedários hiperestésicos_____ sombras musicais da visageidade amostram-se e recolhem-se para infinitizarem os jogos de auscultações-semiografadas e de buscas das metamorfoses experimentadoras das estéticas do bulício do mundo, dos ditirambos prometeicos que nos transvertem numa voz de muitas vozes de mundos em permanente multidimensionalidade; forças entrelaçadas sem repouso, sem identificação nas durabilidades das heterotopias___são biopotências contínuas com estilhaçamentos na estrangereidade das bibalvias-sintácticas___sim___a in-corporificação vascular dos inesperados urdem os mineralóides da voz-animal-quase-antevistas entre os lances dos avessos dos leitores transcodificantes): tudo é ultrapassado pelo enigma irresolúvel, pela reinvenção ininterrupta do poema, pelo coração sinestésico dos ourives-assígnicos em germinalidade metamórfica____sim___absorver a ruptura dos rumos silabários re-encontrados no silêncio des-costurado do mundo e desviar-nos intensamente da centelha messiânica que se diz floresta-de-expectações, tentando nos colocar nas massas ressentidas dos sarcófagos-conscientes. O poema foca-se no mosaico da caminhada cinemacromática, nos desdobramentos verbais-não-verbais que emergem e desaparecem diferentemente, ressuscitando obliquidades, flutuações, maleabilidades, atritos, estrias, imbricações, ritmos ondulatórios, translocalizações entre as forças dos atravessamentos petrológicos, os de-nodamentos das agramaticalidades e a procrastinação das vozes do transe( experimento das fracções anatomistas do poema, construindo, esboroando orbitantemente ambulações, tecelagens, polispermias, estridulações meteóricas por meio de excertos ecoesféricos)____sair do sedentarismo-analógico, das sequências perceptíveis e enfrentar os golpes polirrítmicos da vida com a insacrificabilidade do olho-no-olho, da câmera-da-câmera misturadora de matérias gravitacionais entre os espaços de mutualidades convulsadas, religadas, exsolvidas e as diacronias das fendas livres( arrancar e apreender os intercessores que abrem a matéria do mundo) ____a imprecisão, a precariedade, os rastros das linhas infindas, a contemplação-escorregadia das vagaturas da língua caotiza-nos na adivinhação polinervada das multidões, no cinetismo geográfico em variação incessante, catapultadando novas artes de vida, novas dobras onomatopaicas, feitas pelos longínquos das vizindades e pelas miscigenações sensoriais que retransformam o poeta numa garatuja-animalizante ( síncopes espaciológicas na cavalgadura do ininteligível sem avisar): aqui, as cicatrizes da palavra retornam às lacunas escultóricas das esferologias movediças, aos flagícios fulgurantes das tentativas laudânicas, aos rigores das traçaduras gangrenadas da misteriosidade, levando o poeta-renegado para as voltagens dos transplantes do mundo, para o ecossistema da solidão-cosmogónica adentro do trapacear de uma estranheza quase imperceptível que jamais lhe dará alguma resposta, porque seu corpo-varacional-pan-semiótico sentirá o desmoronamento do já-dito entre as laçadas-musicais-inumanas e a inacessibilidade das urdiduras dos astros:dizem: composições órficas das palavras____o mundo vaza sem datas, destruindo concatenações historicizantes, projectando desgastes permutatórios, enervamentos transfronteiriços que tentam des-fazer a densidade do fora com o dentro das feridas polimórficas do poema que se dinamiza nos cruzamentos anárquicos, nas clarabóias traçadoras de sismologias, nas contaminações cartográficas da matéria cinzeladora de partículas navegacionáveis: tentar desensombrar a visão por meio dos calculadores matemáticos, das oscilações-desequilibradas das línguas estrangeiras que povoam as distâncias batimétricas das adjacências brownianas-picturais, das volteaduras das paleografias infiltradas nos acontecimentos-curandeiros, repletos de vitrais ilimitados: aqui-agora, a palavra navega antes da sua implosão, carregada de cesuras inabordáveis, de infinitudes ritmáveis, lançando o poeta para os recomeços do silêncio do á-bê-cê do deserto heteronímico ( re-composição da sombra do visível, habitar as fragmentações coexistentes nos sensóriuns assignificantes do mundo): o poeta-renegado revivifica-se no suicídio insondado da palavra-de-gritos-esgotados-recuados porque busca a seringação das alavancas cancionais-meteóricas de um possível desabamento vitalizante entre as ubiquidades mágicas-do-real e os contrastes em acoplagens vertiginosas, criadoras de defluxos babelescos-rupturantes e de variâncias labirínticas( vozes-turbilhonares dos desejos em transdução-crítica): não esperar o retorno, nem os espólios das coordenadas sinérgicas e acompanhar as mergulhadoras cetáceas-noctâmbulas com gestualidades friccionadas pela intersecção a-sígnica adentro da assemelhação-dissemelhante do mundo_______ re-posicionamentos quase-animalizantes na polimorfia das manchas cíbridas, dos dicionários vivos, dos baraços astrológicos e das áreas cambiantes da uterodisseia: vejam, o jogo indiscernível das tatuagens do mundo! A luz lança-se orficamente excessiva no matagal das incertezas do corpo___sim___a palavra des-aparece para reproduzir, reverberar o mundo através do silêncio! Acontecer na fala escusada que quase-repousa na materialidade colossal-e-em-fenda, acontecer nas imbricações navegacionáveis do desejo-mundo(a palavra inútil-lacunar com olhares retorcidos) acontecer na entrepausa embaralhadora de alvos tranfronteiriços que nos levam permanentemente à solidão absoluta-criativa, ao não-necessário, à substância acronológica e ao sentido dos sentidos a-lógicos: acontecer no ostracismo-regenerador, nas expressões renascentes-rítmicas que tentam evitar o suicídio do poema sobre a cosmogonia de EPICURO; acontecer na imanência heterogénea entre imagens inúteis e a crítica à frivolidade das linguagens que demarcam outras linguagens potencializadoras de determinações e assujeitamentos: dionisiacamente despedaçar a armação aprisionante, incorporar os outros de nós mesmos que são os outros fora-de-nós-mesmos para quebrantar historicidades idiologizantes_____ excrever entre deuses desarvorados, dobraduras vibratórias, atravessamentos hiperdimensionais, descentramentos morfológicos e fragmentações do alto-mar porque a língua assombra, apavora, sombreia, esparva, acobarda, acanha, intimida, atemoriza babelicamente___assim___o transleitor caminhará para aquilo que não sabe, para o desconhecimento, para o alofilo como um eco impossível no DESERTO da TEXTURA que jamais concordará consigo mesma adentro das imprevisibilidades resistentes, sinérgicas, geométricas, intervisuais, estético-científicas, tácteis, articuláveis, espirituais, cinemacromáticas, onomatopaicas, polisssémicas___acontecer na fala iniciante, no atraso-antecipado, na dúvida indiscernível, nos intervalos indecifráveis que ampliam as im-possibilidades, os traços do in-acabamento, a tensão das ressonâncias verbais corporificadoras do silêncio ulcerado-levitante, do pensamento ondulatório que entoa peugadas limítrofes pongeanamente___traçar e retraçar as transgeografias com as velocidades das singularizações das forças in-visíveis que transbordam os entrecortes copulares do inominável com as antropogéneses do despovoado( interferências das linhas astrológicas, das agramaticalidades, dos crivos insondáveis da semiótica): refazer tudo no estranhamento do lapso, nos espaços móbiles do irrepresentável, nos intervalos transumantes do despenhadeiro, nas encruzilhadas da desestabilização-justaposição das cartografias e sobretudo no falhanço plurivalente do conhecimento: transformar a palavra-inamanipulável em constelações sincopadas, em circularidades dinâmicas perante as desterritorializações das fábulas-in-fábulas-hipertextuais-cambiantes: no recomeço das errâncias tudo parece contaminado paradoxalmente, há uma tensão murmurante nos miuçalhos da língua e dos derrames da hololíngua que se desdobra e estremece entre as falas incontroláveis, as maviosidades do tição incendiário-oscilador dos ecos arteriais________as vozes ondulantes perdem o exórdio nas lipotimias dos meios das suas enxertaduras tremendamente sedutoras porque projectam os subterfúgios das falas indeterminantes sem pertença, sem função, sem serventia( talhaduras vaticinantes esbulham mitologias e tudo se desfaz numa repulsão ulcerada)___sim___são reinícios das obscuridades das vozes-ecoantes que reinventam outras ruminações-minotáuricas-estriadas-e-em-atrito que jamais serão uma esfera de origens porque os rodeios perfunctórios das palavras amotinam-se na criptonímia-cerebral, reinstaurando efracturas assignificantes, forças que geram forças de um pensamento inobjectivável_____sim____o poema acontece em si num encadeamento de forças caleidoscópicas e se entrega à incerteza, às confluências de epifenómenos ondulatórios, insaturáveis, instáveis______ o poema se arremessa contra a correnteza inesperada dos desvios das volubilidades da retradução de uma memória-sem-memória: uma teia de invocações e de intermitências inscreve a sua própria vida no transe emaranhado de excritas e excriptas do corpo transhistórico_____o corpo feito na contaminação doutros corpos cinéticos, infográficos, videográficos, multiformes, noosféricos, multifacetados, deslizantes, rasurados, interactivos, permutativos que vivem tumultuosamente adentro do poema-alvéolar sempre numa descontinuidade de excrescências e de emergências: estes estremecimentos compulsivos e cegos de uma língua que não suporta o manuseamento, mas deseja a desfiguração, a estranheza, a torsão e uma transleitura do futurível que presentemente jamais advirá, fazendo do poema uma caminhada-sarilhada de desaparições, extinções, renascenças e reacendimentos, uma abastança-desértica, uma irrigação de transmutações ininterruptas___sim___o poeta com novas topografias desertoras, escorregadias e ilimitáveis, com novos mapas incompletos, com todas as transitoriedades e com a inesgotabilidade do sentido alógico-irrepresentável-e-incorporificador-das-palavras-em-transfúgio, escarifica-se, tatua-se nas trilhas-sem-onomásticas: imensuráveis línguas inconclusas, deformadas, fendem violentamente a unidade, desatendendo solvências, objecções, binarismos para recomeçar nos cânticos da natureza, nas melodias caológicas, no erro arrebatado_____a disposição das diferentes formas de vida atravessa o poeta adentro da dita “literatura” que nunca lhe leva para lado nenhum, não tem contrapartidas, vive simultaneamente na profunda instabilidade, na hibridização compositiva, na miscigenação zoomórfica, nas des-instalações, nas performances, nas redes telemáticas-cibridas, nas transleituras espaciológicas, nas cosmologias da jubilação-trágica: ele sente o poema e vive com o poema nas multi-focagens da perplexidade nómada, nas órficas-vozes escaladoras de antagonismos intersticiais_____louca interrupção das concavidades inapreensíveis que suportam os lapsos matéricos, os ritmos friccionados da caoticidade porque necessita, demanda, solicita uma estética de vida-alucinada-anargânica sem salvadores-proféticos de um futuro-migrador________gerar vozes dissemelhantes, desabaladamente criadoras de estimulações infindáveis do real !
do livro Khamsin-Morteratsch (2011) ed.Arte Livros SÃO PAULO
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LUIS SERGUILHA______Poeta, ensaísta. Participou em encontros internacionais de arte e literatura. A excepcionalidade estética, a multiplicidade-intensidade dos seus processos criativos, têm chamado a atenção de acadêmicos, críticos, poetas, pensadores, ensaístas, artistas, escritores da Língua Portuguesa e da Língua Hispânica. Possui textos publicados em diversas revistas de literatura e arte. Criador da estética do LAHARSISMO e responsável por uma colecção de poesia contemporânea brasileira na prestigiada Editora Cosmorama( Coimbra-Portugal). Pesquisador da Poesia Brasileira Actual. Foi um dos Curadores do Encontro Internacional de Literatura e Arte: Portuguesia__________ É Curador do RAIAS-POÉTICAS: Afluentes IBERO-AFRO-AMERICANOS de ARTE e PENSAMENTO.