/ por Israel Azevedo /
BUTÃO
breve
a brisa
que volve
o grou-monge
ao mais casto
monte.
TAILÂNDIA
no
branco lago
do Templo Branco
alvas águas
de carpas
paz!
LADAKH
longevo
paraíso
para trás
obscuro
ocidente
o ar é frio
e corta
escarpada
serpente
Shangri-lá,
não é aqui
teias de rotas
monastérios
o vento
sussurra
o mantra.
MIANMAR
a
monótona
paz
resiste
ao tempo
onde
Shwedagon
reluz
feito sol
aos quatro
ventos.
NEPAL
nuvens
argênteas
no
debelo
das neves
ruflar
de asas
brancas.
LAOS
ruem
os tempos
ruem
as formas
não ruem
as águas
um regato
de águas
raras.
TIBET
redentora
morada
sobre Lhasa
— apinhada —
Palácio
Potala.
VIETNÃ
velha Saigon
de mãos vazias
madrugadores
vêm e vão.
CAMBOJA
perfilada
apsara de prata
o sol a desposa
horantiga.
***
Israel Azevedo, paulistano, é poeta. Participou das plaquetes: Seis Poetas Jovens no Papel de Rascunho e QASAÊD ILA FALASTIN (Poemas para a Palestina), organizadas por Virna Teixeira e Claudio Daniel, respectivamente. Prepara seu primeiro livro, Dragão de Rá. Outros textos do autor em breve aqui na Mallarmargens.