Poeta e compositor celebra 50 anos de profissão com novo livro
Obra marca início das comemorações pelos 70 anos do artista, em 2019
O poeta, compositor, romancista e teatrólogo Paulo César Pinheiro lança seu nono livro, “Poemúsica”, pela 7 Letras, marco também do início das comemorações pelos seus 70 anos, a serem completados em abril de 2019.
No ano que vem, o aniversário terá direito, ainda, a mais dois livros, um de contos, “Figuraças”, inspirado nas crônicas que fazia nos anos 70 para o jornal “O Pasquim”, e outro de poesia “Mil versos, Mil canções”, além de um álbum com músicas inéditas, e um documentário sobre ele, conduzido pelo próprio compositor.
Sobre o seu novo livro de poesia, Paulo César Pinheiro sintetiza: “É um livro com meus dons: a poesia e a música”.
“Minha casa se divisa /De onde alcança o pensamento, / Parede é pedra de brisa, /Janela é tábua de vento.”
Assim como o pensamento, o vento e a brisa, os 100 versos de Poemúsica, divididos em 3 seções, são livres e não conhecem limites em questão de matéria-prima. A seção “poemétrica” exprime a faceta mais técnica e lírica do autor, enquanto “poemágica” espelha seu lado mais leve, inventivo e lúdico, com neologismos e construções surpreendentes; já “poemística” explora no conteúdo os sentidos e reveses da alma, do simbólico, do que há de nebuloso em nós.
A perspectiva de completar 70 anos, no ano que vem, deixa o autor muito animado e com uma produção pra lá de afinada: “Tenho mais incontáveis livros na gaveta esperando edição. Todos escritos em cadernos de próprio punho. Pretendo publicar também minhas peças, “Besouro Cordão de Ouro” e “Galanga Chico Rei”, ambas dirigidas por meu queridíssimo amigo, recentemente falecido, João das Neves, e tenho quase 1000 músicas ainda inéditas.” Sobre o documentário - uma produção da Terra Firme Produtora com direção de Andrea Prates e Cleisson Vidal e exibição exclusiva e inédita do Canal Curta - ele diz: “Só aceitei fazer porque serei eu falando de mim, não há terceiros falando, o que me deixa mais confortável”, antecipa Paulo César.
“Nos jornais, eu lia as colunas de Cecilia Meirelles, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Drummond, Nelson Rodrigues, Antônio Maria, entre outros, grandes referências. Eu escreveria uma coluna sobre poesia. Poderia fazer até uma por dia, transcrever um poema e comentá-lo”, diz Paulinho, que também está atento às novas gerações, através de seu perfil no Instagram @paulocesarpinheirooficial. Afinal, o artista tem parceiros dos mais jovens como o violonista e compositor Miguel Rabello, de 22 anos, até nomes consagrados da música de diversas gerações como Pixinguinha, Radamés Gnattali, João de Aquino, com quem fez sua primeira música, “Viagem”, aos 14 anos, Baden Powell, João Nogueira, Tom Jobim, Ivan Lins, Maurício Tapajós, Raphael Rabello, Tito Madi, Mauro Duarte, Mauricio Carrilho, Cristovão Bastos, entre tantos anos.
CONCRETO ABSTRATO
O amor é o nó de quem borda.
A tristeza é um corte na corda.
O desejo é corrente de rio.
O desprezo é a geleira do cio.
A lembrança é o solo do Tempo.
A saudade é o seu instrumento.
O Destino é uma estrada sem eixo.
Solidão é o princípio e o desfecho.
A ilusão é o teatro do peito.
A vivência é o caminho refeito.
A Vida é a chama mais bela.
A Morte é o sopro da vela.
A GARÇA
A garça pousa no lago.
Tem só um pé submerso.
E o seu olhar meio vago
Parece além do Universo.
A garça é pássara bela.
Caminha sem atropelo.
É como na passarela
Desfila uma modelo.
A garça é pura elegância.
Tem sangue azul, fidalguia,
Mas finge desimportância
Prevendo fotografia...
A garça é um busto, me dizem.
Noção de que participo.
Tem sempre pose de efígie.
Nasceu pra ser logotipo.
A garça sempre aparenta
Estar aérea, distante,
Mas acho que representa,
Parece atriz todo instante.
Com muita gente acontece
Essa atitude de farsa.
A gente, às vezes, parece
Ter muita coisa da garça.
METAMORFOSE
Ousado no escrever
Meu peito não vasílaba.
Tudo quanto escrevo
Vira poemúsica.
Se um verso vem
Sem ter com o que escrever
É um lapso!
O verso é um potro alado
Só o poeta o pégaso.
Quando eu componho, amor,
Viajo...
Não me espériplo.
Cegos há
Que existe quem me subestímido.
Quanto mais moderno
Mais eu me recíclico.
Lançamento no Rio de Janeiro:
Local/Endereço: Livraria Blooks – Praia de Botafogo 316, Botafogo
Data: Terça-feira, dia 6 de novembro de 2018
Horário: A partir das 19h
Dados Técnicos:
ISBN: 978-85-421-0689-3
Coordenação editorial: Isadora Travassos
Produção editorial: Isadora Bertholdo/ João Saboya/ Julia Roveri/ Rodrigo Fontoura/ Victoria Rabello
Sugestão de preço de capa: R$ 39,00
Número de páginas: 132
Sobre Paulo César Pinheiro:
Nasceu no Rio de Janeiro em 1949. Com mais de 1400 músicas gravadas por diversos intérpretes e 10 álbuns lançados, é também autor de trilhas para cinema, teatro e TV. Publicou os livros de poesia “Canto Brasileiro” (Cia Brasileira de Artes Gráficas), “Viola morena” (Tempo Brasileiro), “Atabaques, violas e bambus” (Record), “Clave de Sal” (Gryphus) e “Sonetos sentimentais para violão e orquestra” (7 Letras) e os romances “Pontal do Pilar” e “Matinta, o bruxo”, além do livro de contos “Histórias das minhas canções” (todos estes três pela Leya). É autor das peças “Besouro Cordão de Ouro” (vencedor do Prêmio Shell de Teatro 2006) e “Galanga Chico Rei”. Foi premiado com o Grammy em 2002 e recebeu o Prêmio Shell pelo conjunto da obra em 2003. Em 2016, gravou seu depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, e o segundo para a Casa do Choro, em 2017.
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