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sons que como britas tentam atravessar imagens na captura do signo - poemas de André Siqueira

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Tento uma reza

Ficar aberto
e no cerne recolhido
o grão
de ar
incendeia obtuso
a asfixia das horas ausentes
Mas salta a vida
Cães ladram
Céus de infante e aço adejam
Noite indivisível
de um fogo inacabado






No libreto, ensimesmado

Tu estavas no frescor anoitecido.
Desatino grimpante sublimado
Enquanto pervago sem pedir nada.
Prendas ou maior interesse? Repilo.
Vede tua figura infundida nas
Estâncias de meu astrolábio.
Poderias esbanjar o esplendor
Que cantas augusto anil neste rapto
Que diviso e me encontro, temendo-te
Mais retumbante no olvidar almejado
Ante o memento que és. Quedo
Enamorado longínquo infindável no manancial
Que fizeste em mim de indubitável inocência.
Adentro, à deriva, no regaço rubro cantado.






Breve cafeína


Começo o dia com café
Nas ruas o verde das folhas grita
delicadezas
Espero o ônibus de reminiscências
que mornas ainda excitam. Temo
a velhice e os frutos podres
Pessoas passam em águas turvas. Uma
gota ferida.
Termino a noite num riso sarcástico
de fé.






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André Siqueira, 28 anos, mora em Jacareí, interior de São Paulo. Cursou Letras e atualmente estuda Pedagogia. Já publicou poemas em revistas, antologias poéticas da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Trabalha também como educador infantil. 

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