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Sobre o livro JAHA ÑANDE NANOMBO'VYA de Marcelo Ariel

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- Qual a ideia principal do livro?
O centro do livro é a escrita como alteridade, por isso o titulo em tupy e guarany , que significa ' Vamos nos maravilhar', é um convite para um certo louvor da alteridade, que deveria nos maravilhar por ser um elemento constitutivo da beleza do mundo, das variedades de formas de viver a vida. Há uma mestiçagem das formas e gêneros de escrita, todos costurados pelo poético, por uma certa ' fuga para o poético' , o livro é composto por uma novela em prosa poética A RAINHA DO FOGO INVISÍVEL, seguida de textos onde o ensaio e o poema se confundem e se iluminam e por aforismos que escondem dentro de si um poema em fragmentos. Percorro um caminho único na poesia brasileira contemporânea, justamente por me recusar a me fechar em um tipo de enquadramento da escrita poética em padrões historicamente validados pela formação-formatação de cânones imitativos e de um recorte sociológico da escritura do mundo em que ocorre apenas um tipo de narratividade.
- O que ele pretende passar ao leitor?
A ideia de que a poesia não se fecha dentro de si mesma, de que ela dialoga com outos saberes e visões, a poesia brasileira de hoje tem conversado muito pouco com as outras instâncias do conhecimento humano, é ainda excessivamente centrada no eu lirico, de qualquer modo, este é um diálogo em que o poema não entra como um imperativo absoluto regido por um incancelável auto-centramento.
- Sinopse do livro (e trechos mais determinante do prefácio, se houver este texto).
Podemos dizer que é uma reunião de poemas escritos nos últimos três anos pelo ente que atende pelo nome ou habita o nome Marcelo Ariel, que é uma fusão de ensaio e poesia, que o fazedor deste livro se utiliza de diversas formas de escrita na tentativa de “dar conta da alteridade do mundo”. Tales Ab Saber em sua apresentação do livro ressalta o modo como este autor enfrenta a falta de mundo que é uma característica do nosso tempo com a tentativa de uma abertura para outros mundos dentro do mundo e Natália Barros no prefácio, chama a atenção para a capacidade dos poemas deste livro nos levarem a uma outra perspectiva do tempo presente, a uma perspectiva de espanto e maravilhamento, obviamente isto se dá enquanto pensamento por trás dos poemas e não como elemento de sedução. - Caso tenha mais alguma ideia que julgue importante e mereça ser citado utilize esse espaço:
Sigo repito, um caminho único e solitário dentro da cultura brasileira contemporânea, na figura de um intelectual negro autodidata que não se curva diante dos modos convencionais do viver o poema como centro de seus atos, certamente fracassando maravilhosamente, na maior parte do tempo, tenho consciência de seguir uma linhagem de pesquisadores de linguagem, o que é algo raro na cena literária do Brasil de hoje.
- Na sua opinião, qual o valor da obra para a literatura ou para cenário literário atual?
O valor da estranheza e da profundidade, o livro aborda temas sociais e metafísicos sem separar estas duas abordagens, que são colocadas dentro de uma dimensão, que podemos chamar de dimensão de uma ontologia poética do mundo.

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