Pselatomia
é muito sob minhas ancas
você suspira e eu esfacelo
você me olha
eu me abano
você me beija a mão
eu já quero o trono
- do seu tesejar
atividade de te reparar
nos mínimos detalhes
dos seus sapatos engraxados
à medalhinha da sua posição
no seu-meu-pescoço-perdição
vc
vc
vc
me ama da esquerda para direita
logo esquece os posicionamentos
para devorar-me anarquicamente
meu coração desenfreado bate
em ritmo que oscila
entre cocaine, ramones
e suaves taquiocardias
você em minha veia
san do pul san do
política, medo, sexo
abandonos e suores
a quebra silenciosa
de todos os decoros
que não sei de cor
não
como hei de saber
os caminhos do seu corpo
para não lhe perder
- ao menos
o parlamento da sua língua úmida
- no mais
sua breve liderança
sobre minhas partes mais centrais
![]()
Marina Moura é poeta e jornalista de SP, com escala em Minas Gerais, onde deixou um pouco de seu coração. Contempladora contumaz de paisagens, comportamentos e pessoas. Nutre-se da captação de fatos, gosta mesmo é de essências. Costura verbos. Tem como expressão máxima as palavras escritas, tecitura fina de signos. Junto de Amanda Machado, é organizadora da primeira Antologia de poemas Gays Brasileira, a ser lançada em novembro de 2017.
é muito sob minhas ancas
você suspira e eu esfacelo
você me olha
eu me abano
você me beija a mão
eu já quero o trono
- do seu tesejar
atividade de te reparar
nos mínimos detalhes
dos seus sapatos engraxados
à medalhinha da sua posição
no seu-meu-pescoço-perdição
vc
vc
vc
me ama da esquerda para direita
logo esquece os posicionamentos
para devorar-me anarquicamente
meu coração desenfreado bate
em ritmo que oscila
entre cocaine, ramones
e suaves taquiocardias
você em minha veia
san do pul san do
política, medo, sexo
abandonos e suores
a quebra silenciosa
de todos os decoros
que não sei de cor
não
como hei de saber
os caminhos do seu corpo
para não lhe perder
- ao menos
o parlamento da sua língua úmida
- no mais
sua breve liderança
sobre minhas partes mais centrais

Marina Moura é poeta e jornalista de SP, com escala em Minas Gerais, onde deixou um pouco de seu coração. Contempladora contumaz de paisagens, comportamentos e pessoas. Nutre-se da captação de fatos, gosta mesmo é de essências. Costura verbos. Tem como expressão máxima as palavras escritas, tecitura fina de signos. Junto de Amanda Machado, é organizadora da primeira Antologia de poemas Gays Brasileira, a ser lançada em novembro de 2017.