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Ardem labaredas nos espelhos dos poemas de Johniere Alves Ribeiro

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ontem
vasculhei
a fogueira de espelhos
só para ver
minha imagem
em brasas                                             fogueira de espelhos
procurei
decorar minha
fotografia
mas não pude
encontrar-me
sou
centelhas de uma tarde
calefação da mensagem
por fibra ótica






meu
olhar apalpou
o futuro
daquele cais
daquele ancoradouro
em
que                                                   gemido rasgado
o mar desmaiou

ah!
Ar rouco
vento |Norte
molha
minha voz
seca de amor
ar rouco
unta
essa dor em mim
rasga meu gemido
em dois pedaços
pra
eu
soletrar
teu rosto
neste papel
canoro
produto
avesso da voz






linguagem deusa flutuante
múltipla
traidora
papele(m)ar
vingativa
roubadora das roupas do pensamento
razão da fúria desse papel em mar

és em mim dois oceanos agitados...

linguagem: Vênus provocadora de Baco

linguagem heroína
aliada e alada ao vento
passa-muros-frestas intocáveis
mensageira
encolhendo o meu pouco
em nada

linguagem
moscas azucrinantes de Orestes
no reino de Sartre

linguagem imberbe dissonante
espinho na carne                           (?)






suor
som
ofe;gante
amor        irracional     homem
mulher
                                          pulsação
êxtase

não é
nada não
é
a paixão
nacional
pela
redondinha
redondinha
redondinha
gooooooooolllllllllllll; go







Le sel de la terre

blindadas de
sol
as carnes das palavras  
produzem
liquens
fungos
nos ossos da inércia rochosa
dos fonemas
e nos poros
da pedra  
deito versos em seu habitat natural
e eles crescem
entre suor sangue dor
colhem Coral e flor no caos
- Tal e qual Sebastião Salgado que mantém a lente sempre suja e cheia
mas dela  recolhe
                                                                                                               /forrados, aquecidos/
lírios, assim, num
lance
de olhar...
para torna-me o sal da terra 








poema punhal

as palavras
feito cachorros 
correm loucos
atrás do próprio
                               RABO






oh! Deus ajudai-me
com a poesia

dá-me
versos
como nuvens plásticas que têm o poder de se transformar
o ideal é que seja boba
o ideal é que seja infantil
o ideal é que seja de brincadeira
e dancem por toda folha
sem preocupação
afaste dos meus fonemas dos meus poemas os mares de desertos  
que eles sejam erva crescendo na pedra
seja
a palavra sempre semente germinante na penumbra porosa das pedras
e que o amor brote de um clarão na tempestade





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Johniere Alves Ribeiro nasceu em Campina Grande, Paraíba, em1981. Formado em Licenciatura em Letras pela UFCG. Mestre em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Doutorando em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Professor de Literatura e Produção Textual. Lecionou em especializações e graduações em IES em Campina Grande, na Paraíba e em Pernambuco. Ganhador do 1º Concurso de Poesia e Conto do SESC/Centro - primeiro lugar na categoria poesia- evento realizado em Campina Grande – PB,no ano de 2000. Terceiro lugar no Concurso de poesia promovido pela POEBRAS – Secção Campina Grande, no ano de 2003. Publicou em 2016 os livros de poesia “Página para versos”, Editora Ideia, João Pessoa; e “ Fogueira de espelhos ou A alquimia do cais”, Editora Penalux, Guaratinguetá. Antes de publicar em livros, teve seus poemas em antologias, como também em revistas e suplementos literários: PB Letras (extinta); Revista Sebastiana (UEPB- PB); Revista Escrita (PUC – RJ); Revista Travessias (UNIOSTE –PR); Germina Letras (Revista Virtual); Blecaute (Revista Virtual); Correio das Artes/Jornal União (João Pessoa– PB); e participou da antologia “Inventário lírico da Rainha da Borborema: 150 anos de poesia”, livro impresso pela editora A União, João Pessoa.

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