![]() |
Imagem: Pixabay |
Uma seleção de cinco poemas de Paulo Pignanelli
do seu livro a ser publicado em breve
pela Editora Singularidade
Acusado
Você pode carregar
a automática
na cintura
Trazer munição
dardos
punhais de assalto
a morte nos olhos
Acender o fogo
contar estórias
de um novo cangaço
Mais cansaço
outra overdose
de ilusão
super-homem
*
Fagos
Enquanto
nos devoramos
em tempo
estremecemos
Bilros vizinhos
aniquilam
o mundo
silenciosos
*
Lembrança
A sombra alongava
a preguiça do sol
no fim do dia
No chiado do rádio
o suspirar do cão
à soleira da porta
O vapor do ferro
d’passar
sobre a roupa alva
Só
o irreal silêncio
de tudo
*
Na ponta dos pés
A vara balança
suspensa
no des
equilíbrio
do centro
*
Passagem
Desalinhei trilhos
perdi os arremedos de trem
chegando
partindo
Guardei a paisagem
de ver rio
dobrando distâncias
nos meandros do alagado
Paulo Pignanelli, paulistano, morou estudou e trabalhou em várias regiões do país. Arquiteto, urbanista e professor, mestre em Estruturas urbanas e ambientais pela Universidade de São Paulo, milita no campo da arquitetura há quatro décadas, escreve poemas há alguns anos, por obsessão e vicio incontrolável.
dardos
punhais de assalto
a morte nos olhos
Acender o fogo
contar estórias
de um novo cangaço
Mais cansaço
outra overdose
de ilusão
super-homem
*
Fagos
Enquanto
nos devoramos
em tempo
estremecemos
Bilros vizinhos
aniquilam
o mundo
silenciosos
*
Lembrança
A sombra alongava
a preguiça do sol
no fim do dia
No chiado do rádio
o suspirar do cão
à soleira da porta
O vapor do ferro
d’passar
sobre a roupa alva
Só
o irreal silêncio
de tudo
*
Na ponta dos pés
A vara balança
suspensa
no des
equilíbrio
do centro
*
Passagem
Desalinhei trilhos
perdi os arremedos de trem
chegando
partindo
Guardei a paisagem
de ver rio
dobrando distâncias
nos meandros do alagado
Paulo Pignanelli, paulistano, morou estudou e trabalhou em várias regiões do país. Arquiteto, urbanista e professor, mestre em Estruturas urbanas e ambientais pela Universidade de São Paulo, milita no campo da arquitetura há quatro décadas, escreve poemas há alguns anos, por obsessão e vicio incontrolável.