A Editora Patuá lança Diário da Vertigem, quarto livro de poesia de Marilia Kubota e Área de Corte, terceiro de Jandira Zanchi, no dia 06 de dezembro, a partir das 19 h, no Museu Guido Viaro, em Curitiba.
Diário da Vertigemnão é exatamente um diário na definição clássica do gênero, segundo aponta o crítico Martim Palácio Gamboa, que assina o prefácio do livro. O diário como registro cotidiano dá lugar a uma miscelânia que contém os discursos erudito, popular e massivo, aproximando-se da linguagem vertiginosa dos videoclipes. Usando registros vários, como o confessionalismo, fragmentos da narrativa jornalística, a enumeração, a repetição anafórica, a autora instala uma pulsão, um ritmo sem pausa, que manifesta certo desatino que margeia o incompreensível ou ilegível. “Vários destes poemas operam refrações, figurações enviesadas por reflexos equívocos, incertos, inacabados mas envoltos na espiral (na dobra) do contínuo”, comenta o crítico.
A poeta Nydia Bonetti compara o fluxo de imagens de Diário da Vertigem com o descompasso de um trem desenfreado e o tempo estático das fotografías, entre os quais a poeta celebra a vida e seus mistérios.
Em Área de Corte, Jandira Zanchi supera a abstração da linguagem e dialoga com a acidez de todo mal-estar contemporâneo, de acordo com o crítico Tito Leite. Na insatisfação com a ideologia dominante, disseca o desencanto, descrevendo o ser humano como andarilho de sua história. “Ao escrever seu livro, seus estilhaços poetizam aquilo que está a caminho, para nascer – que se revela ao desvelar-se como inacabado, incompleto, incalculável e fragmentado – sempre fluindo em líquidos minoritários, anti-hegemônicos; é mulher, criança, louco, animal. Sua poeticidade é antes de tudo uma área de fuga, pois ‘ainda é preciso nascer o dia””, pontifica o crítico.
As autoras e a editora
Marilia Kubotaé autora dos livros micropolis (2014), Esperando as Bárbaras (2012) e Selva de Sentidos(2008). Organizou as antologias Blasfêmeas. Mulheres de Palavra (2016) e Retratos Japoneses no Brasil(2010). Participou de 13 antologias de poesia e prosa. Nasceu em Paranaguá e mora em Curitiba há 25 anos. É jornalista e Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná.
Jandira Zanchié autora do livro Gume de Gueixa. Écuritibana, licenciada em Matemática pela UFPR, profissional de magistério em faculdades, colégios e cursos por mais de 30 anos. Como poeta publicou Balão de Ensaio(2007), o livro virtual A Janela dos Ventos (2012) e participou de diversas antologias. É editora do site Mallarmargens.
A Editora Patuá, dirigida por Eduardo Lacerda, desde 2011 publica apenas literatura brasileira contemporânea, a maioria títulos de poesia. Têm em seu catálogo autores premiados, como Ricardo Silvestrim (O Typographo, Prêmio Açorianos 2016), Micheliny Verunschk (Nossa Tereza – Vida e morte de uma santa suicida, Prêmio São Paulo de Literatura, 2015), Paula Fábrio (Desnorteio, Prêmio São Paulo de Literatura 2013).