DIÁLOGO
“Quando eu partir, me amarás ainda?
Terás por mim a tristeza louca
Dos que amam uma sombra infinda
E da viva alegria negam a boca?”
“Serei teu e sempre serás minha...
Quando perceberes que, enfim, um brilho
Do teu olhar profundo se avizinha,
As estrelas do céu beijarão os teus cílios...
E em tudo me verás - e em tudo serás minha.”
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E na curva da estrada
Esperei-te, ansioso...
Ruído, sombra... nada...
Ao carmesim gozo
Da espiritual ronda,
Esperei-te na hora
Silente que nos sonda
A palavra, embora.
E tudo passava... ia...
“Espera... Ela virá...”
- Tremente, me dizia
- Tremente, me dizia
Uma voz fenecida -
“Pois amor assim não há
Sob o céu da vida...”