Quantcast
Channel: mallarmargens
Viewing all articles
Browse latest Browse all 5548

1 poema de Yusef Komunyakaa

$
0
0


Nevoeiro Galeão

Nuvens com cabeça de cavalo, bandeiras
& flâmulas atadas ao negrume
Das chaminés na névoa pantanosa.
Da brevíssima tranquilidade verde 
Alguns chamados de aves noturnas
Navio à vista, navio à vista!
Pressiono o rosto contra a janela
Do táxi. Outra vez aqui, face a face
Com uma fosforescência morta;
A cidade inteira cheira
Como o ódio mais antigo do mundo.
Escabroso resíduo acocorando sob
Enxofre & dióxido, esperando
Pelo amanhecer, como a carga
De um navio fantasma de partida para a Gália.
Vidro fresco contra a minha face 
Me traz de volta da negra escuna
No mar atemporal - tudo
Ofuscado pelas luzes do teatro
Piscando atrás do nublado
Comércio de rodas, de produtos químicos
Que transformam os trabalhadores em celulose
Quando eles caem em cubas
De serenidade vaporosa.


Original:

Fog Galleon

Horse-headed clouds, flags
& pennants tied to black
Smokestacks in swamp mist.
From the quick green calm
Some nocturnal bird calls
Ship ahoy, ship ahoy!
I press against the taxicab
Window. I’m back here, interfaced
With a dead phosphorescence;
The whole town smells
Like the world’s oldest anger.
Scabrous residue hunkers down under
Sulfur & dioxide, waiting
For sunrise, like cargo
On a phantom ship outsde Gaul.
Cool glass against my cheek
Pulls me back from the black schooner
On a timeless sea – everything
Dwarfed beneath the papermill
Lights blinking behind the cloudy
Commerce of wheels, of chemicals
That turn workers into pulp
When they fall into vats
Of steamy serenity.




Yusef Komunyakaa (1941) é uma poeta norte-americano. Professor na New York University. Recebeu em 1994, pelo livro de poemas Neon Vernacular, o Prêmio Pulitzer. Sua poética tem influências tanto da sua vivência rural no sul dos Estados Unidos antes dos Direitos Civis quanto de sua experiência como combatente na Guerra do Vietnã.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 5548