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Alexandra Catiere |
Os que se lançam, curvados de medo ou com desaforada certeza, contra o tempo incendiado, dilapidam, conforme a imposição rítmica dos passos, um forro de águas caóticas subjacente na raiva com que se enformam (móveis arranhados por escuros gatos sangram na memória ou naufragam com insidiosidade morosa sob o peso de uma couraça – entornam pois numa rua demasiado íngreme).
Pego na mão este punhado de concreto que aperta a terra. Os objetos me satisfazem de estranhas maneiras; um punhado de terra, talvez eu possa nesta quente garoa e sem as roupas.
Um órgão ganha lentidão ao sentir; performa com inércia o concerto de tormentas do mundo.
[retirado deo silêncio infecto de.]