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Angelus Novus (1920) - Paul Klee |
DAS ORIGENS
"
entre tantas
aspas
faltaram
asas
ao anjo original
"
entre tantas
aspas
faltaram
asas
ao anjo original
"
PODA
Aos poucos podar
cortar os galhos
(versos)
cada vez mais
concisão -
extrema:
_____________ .
cortar os galhos
(versos)
cada vez mais
concisão -
extrema:
_____________ .
AFIAÇÕES DA LÂMINA
I
É rápido o golpe
O fracasso
A simetria fria
da dor
O novelo desfeito
O relógio que ousa
girar seus ponteiros
ao contrário
A nuvem que paira
cinza cor de chumbo
e encobre a paisagem
bucólica - anônima
É solitária a agonia
a chuva, a ausência da palavra
[ precisa
a intraduzível morbidez
do todo
um jardim e seus canteiros
em cores vivas.
II
É solitário o golpe
a imprecisão
da dor fria
cinza - do todo
O relógio desfeito
O novelo que ousa
desfiar-se ao contrário
- intraduzível morbidez
[ que paira
palavra de chumbo,
paisagem precisa
que encobre um jardim
anônimo - bucólico
É rápido o fracasso
em cores vivas,
a ausência da simetria
fria - chuva e agonia
como a girar
seus ponteiros
de nuvem.
É rápido o golpe
O fracasso
A simetria fria
da dor
O novelo desfeito
O relógio que ousa
girar seus ponteiros
ao contrário
A nuvem que paira
cinza cor de chumbo
e encobre a paisagem
bucólica - anônima
É solitária a agonia
a chuva, a ausência da palavra
[ precisa
a intraduzível morbidez
do todo
um jardim e seus canteiros
em cores vivas.
II
É solitário o golpe
a imprecisão
da dor fria
cinza - do todo
O relógio desfeito
O novelo que ousa
desfiar-se ao contrário
- intraduzível morbidez
[ que paira
palavra de chumbo,
paisagem precisa
que encobre um jardim
anônimo - bucólico
É rápido o fracasso
em cores vivas,
a ausência da simetria
fria - chuva e agonia
como a girar
seus ponteiros
de nuvem.
SEMIÓTICA
Aos poucos eu olho a manhã
Com o canto do olho
esquerdo
o direito mantenho
fechado
E o dia segue estreito/abstrato
tapa-olho, meia visão
De noite retiro os dois olhos
e os ponho num copo
E enxergo toda a escuridão.
SUFOCADO
Inverto o espaço
decifro as janelas
respiro palavras
como quem mergulha
e se afoga
no deserto.
decifro as janelas
respiro palavras
como quem mergulha
e se afoga
no deserto.
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Leandro Rodrigues nasceu em 06/01/1976 em Osasco-SP, onde ainda reside. Formado em Letras - Pós-Graduado em Literatura Contemporânea é Professor de Literatura Brasileira. Leciona Língua Portuguesa e Literatura. É autor do livro Digital: A T O N A L OU DAS DISTÂNCIAS DA APRENDIZAGEM CINZA, que pode ser lido em: http://www.nauseaconcreta.blogspot.com.br/