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"Eu vi o mundo, e ele começava no Recife", 1926 (detalhe) - Cícero Dias. |
o que se perde na multidão
que anda pela Ponte Duarte Coelho
pessoas caminhando debaixo do sol
da cidade do Recife
para que serve este poema
vão
gloriado
será que ele se perderá entre a multidão
que atravessa o Capibaribe
o rio famoso
ou se afogará de vez na costa oeste
de um país latino e tropical?
que anda pela Ponte Duarte Coelho
pessoas caminhando debaixo do sol
da cidade do Recife
para que serve este poema
vão
gloriado
será que ele se perderá entre a multidão
que atravessa o Capibaribe
o rio famoso
ou se afogará de vez na costa oeste
de um país latino e tropical?
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"Eu vi o mundo, e ele começava no Recife", 1926 (detalhe) - Cícero Dias. |
apoteose
minhas pernas doem
minha cabeça se estilhaça em oitocentos pedaços
a paisagem
o visual que surge no ônibus não tem mais graça
meus braços estão formigando
e os músculos do meu corpo parecem estar preguiçosos
inertes
as paisagens passam
e passam
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Lucas Fernando Amorim– De Recife mas não dança frevo. Estudante de Letras pela UFPE e professor de português para estrangeiros na mesma universidade. Não entende até hoje o que é poesia, desde que começou a escrever. Só sabe que é importante para trazer outro olhar pro mundo. E acha estranho escrever sobre si na terceira pessoa. Manda abraços sempre que pode.