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Sob o encanto do Medo - Benny Franklin

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EM GOZO DE SOLIDÃO ]


Prostrados diante 
do delírio sufocante – os halos ferintes 
de minha 
alma intimista.

Não mais 
os ébanos 
dos lamentos repetidos 
tão bem empilhados
nos sobradouros 
de línguas escoriadas 
nem 
os pássaros esparramados
nos astros incendiados
suscitando
enigmáticas luzes níveas.

Em gozo de 
solidão
soltei um vômito entrelaçado 
de ônix
& evoquei
os espíritos marginais
das 
verborragias semânticas
para conter 
as envolturas letais 
dos 
linces alucinados.

Mas, ó!
– Meu tesão é apenas 
um grito
incapaz 
de intimidar 
o 
grande silêncio.




POEMA SARCOFÁGICO ]

Para Wanda Monteiro 

No entrevagar trapaceante do etéreo infinito, 
as rodas de viragem 
dos esbranquiçados espantos 
– combustíveis de eclipsarias impérvias 
que nos compõem 
e nos confundem 
dentro 
do cheiro 
da morte
– obituários de melancolias cariadas
que nos aferram
e nos assolam 
como o inferno bravio de luzes mordiscadas
que é
concomitantemente
o flanco piramidal da pedraria 
oclusa
e 
a 
traição roxa
do 
gume 
da língua irritadiça
que 
tatuou 
o caos indizível
entre as fossas de cristal 
& os gelos quebradiços 
onde o sangue impresso da aurora
se renova 
entre as conversas espumantes 
do medo
que até os 
paranoicos
pensam que é 
oração.




SOB O ENCANTO DO MEDO ]

"...A pé, alado, em lombo, boleia, dorso
de trens, trans, viajando através da carne."
(Age de Carvalho)

Na fuga-posta, 
as rodagens agônicas 
− apinhadas de carradas 
de contragestos túmidos
−selam as lembranças 
de astros 
cegos
no 
ébano 
sitiado...

E 
as têmporas desfibradas
querem 
o 
ir  &
vir [inquieto revoar] dos corvos 
sobrevoando
a ceguidade 
irrequieta
do plasma
sepulcral
com ânsia de 
ofuscar
a 
lógica.

E 
os 
pujantes 
gozamentos amamãezados,
sentem 
horror às mãos vadias, 
recuam 
as prisioneiras fronteiras
do instinto...

E
o longe franqueado
se ergue
& cai diante do nada,
navega solitário
igual 
ao
cardume benfazejo
de 
espelhos multifacetados...

E
ocadáver da noite marchará
comigo, 
porque 
é este o entrefim
que me faz
ficar & 
partir num vai-e-vem 
sem fim
 nunquidade
por vezes
calmaria de arames 
no ar,
por outras

rotas 
circunvidentes
de 
ancas 
monocórdicas.

Mas,
ó encanto 
do 
medo!
− Aonde 
irei 
comigo?



Benny Franklin é ativista cultural, poeta por puro diletantismo e membro/colaborador de diversas sociedades culturais. Desde 2012 é organizer em Belém do evento global “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças” – versão amazônica de “100 Thousand Poets For Change", o maior evento poético do planeta, realizado em mais de cem países.Vencedor por duas vezes do “Prêmio AP de Literatura" [versões 2006 & 2009],certame literário realizado pela Assembléia Paraense/Belém-PA [supervisão e julgamento da Academia Paraense de Letras], com as obras poéticas: "Exame de Consciência" e "Filamentos de Um Poema em Pedaços". Têm obras publicadas em blogs, sites e antologias. Em breve os livros “Chopps Bennyanos”, “Súplicas Marginais” e“Antipoemas Sujos”.

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