[ EM GOZO DE SOLIDÃO ]
Prostrados diante
do delírio sufocante – os halos ferintes
de minha
alma intimista.
do delírio sufocante – os halos ferintes
de minha
alma intimista.
Não mais
os ébanos
dos lamentos repetidos
tão bem empilhados
nos sobradouros
de línguas escoriadas
nem
os pássaros esparramados
nos astros incendiados
suscitando
enigmáticas luzes níveas.
os ébanos
dos lamentos repetidos
tão bem empilhados
nos sobradouros
de línguas escoriadas
nem
os pássaros esparramados
nos astros incendiados
suscitando
enigmáticas luzes níveas.
Em gozo de
solidão
soltei um vômito entrelaçado
de ônix
& evoquei
os espíritos marginais
das
verborragias semânticas
para conter
as envolturas letais
dos
linces alucinados.
solidão
soltei um vômito entrelaçado
de ônix
& evoquei
os espíritos marginais
das
verborragias semânticas
para conter
as envolturas letais
dos
linces alucinados.
Mas, ó!
– Meu tesão é apenas
um grito
incapaz
de intimidar
o
grande silêncio.
– Meu tesão é apenas
um grito
incapaz
de intimidar
o
grande silêncio.
[ POEMA SARCOFÁGICO ]
Para Wanda Monteiro
No entrevagar trapaceante do etéreo infinito,
as rodas de viragem
dos esbranquiçados espantos
– combustíveis de eclipsarias impérvias
que nos compõem
e nos confundem
dentro
do cheiro
da morte
– obituários de melancolias cariadas
que nos aferram
e nos assolam
como o inferno bravio de luzes mordiscadas
que é
as rodas de viragem
dos esbranquiçados espantos
– combustíveis de eclipsarias impérvias
que nos compõem
e nos confundem
dentro
do cheiro
da morte
– obituários de melancolias cariadas
que nos aferram
e nos assolam
como o inferno bravio de luzes mordiscadas
que é
concomitantemente
o flanco piramidal da pedraria
oclusa
e
a
traição roxa
do
gume
da língua irritadiça
que
tatuou
o caos indizível
entre as fossas de cristal
& os gelos quebradiços
onde o sangue impresso da aurora
se renova
entre as conversas espumantes
do medo
que até os
paranoicos
pensam que é
oração.
oclusa
e
a
traição roxa
do
gume
da língua irritadiça
que
tatuou
o caos indizível
entre as fossas de cristal
& os gelos quebradiços
onde o sangue impresso da aurora
se renova
entre as conversas espumantes
do medo
que até os
paranoicos
pensam que é
oração.
[ SOB O ENCANTO DO MEDO ]
"...A pé, alado, em lombo, boleia, dorso
de trens, trans, viajando através da carne."
(Age de Carvalho)
de trens, trans, viajando através da carne."
(Age de Carvalho)
Na fuga-posta,
as rodagens agônicas
− apinhadas de carradas
de contragestos túmidos
as rodagens agônicas
− apinhadas de carradas
de contragestos túmidos
−selam as lembranças
de astros
cegos
no
ébano
sitiado...
de astros
cegos
no
ébano
sitiado...
E
as têmporas desfibradas
querem
o
ir &
vir [inquieto revoar] dos corvos
sobrevoando
a ceguidade
irrequieta
do plasma
sepulcral
com ânsia de
ofuscar
a
lógica.
as têmporas desfibradas
querem
o
ir &
vir [inquieto revoar] dos corvos
sobrevoando
a ceguidade
irrequieta
do plasma
sepulcral
com ânsia de
ofuscar
a
lógica.
E
os
pujantes
gozamentos amamãezados,
sentem
horror às mãos vadias,
recuam
as prisioneiras fronteiras
do instinto...
os
pujantes
gozamentos amamãezados,
sentem
horror às mãos vadias,
recuam
as prisioneiras fronteiras
do instinto...
E
o longe franqueado
se ergue
& cai diante do nada,
navega solitário
igual
ao
cardume benfazejo
de
espelhos multifacetados...
o longe franqueado
se ergue
& cai diante do nada,
navega solitário
igual
ao
cardume benfazejo
de
espelhos multifacetados...
E
ocadáver da noite marchará
comigo,
porque
é este o entrefim
que me faz
ficar &
partir num vai-e-vem
sem fim
comigo,
porque
é este o entrefim
que me faz
ficar &
partir num vai-e-vem
sem fim
− nunquidade
por vezes
por vezes
calmaria de arames
no ar,
por outras
no ar,
por outras
rotas
circunvidentes
de
ancas
monocórdicas.
circunvidentes
de
ancas
monocórdicas.
Mas,
ó encanto
do
medo!
do
medo!
− Aonde
irei
comigo?
irei
comigo?
Benny Franklin é ativista cultural, poeta por puro diletantismo e membro/colaborador de diversas sociedades culturais. Desde 2012 é organizer em Belém do evento global “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças” – versão amazônica de “100 Thousand Poets For Change", o maior evento poético do planeta, realizado em mais de cem países.Vencedor por duas vezes do “Prêmio AP de Literatura" [versões 2006 & 2009],certame literário realizado pela Assembléia Paraense/Belém-PA [supervisão e julgamento da Academia Paraense de Letras], com as obras poéticas: "Exame de Consciência" e "Filamentos de Um Poema em Pedaços". Têm obras publicadas em blogs, sites e antologias. Em breve os livros “Chopps Bennyanos”, “Súplicas Marginais” e“Antipoemas Sujos”.