Eu queria uma angústia cuja sensação (doce, sempre doce) fosse mais que um ruído nos dentes. Que pudesse ser aspergida (essa sensação sempre doce) desde o palato até o fio da coluna. Que o formigamento que dela proviesse valesse a pena todo esforço. Que o esforço fosse mais que um palato, um ruído, um dente. E que fosse breve. Se não doce, ao menos breve.
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Vivian Pizzinga é psicóloga, escritora, lançou "Dias Roucos e Vontades Absurdas" (2013) e escreve um pouco mais no blog vaga noite.