Imagem Chiara Fersini
de frente para mesa papeis amontoados em um só ímã de geladeira, datas, números fincados em suas horas, de um zunido no quintal, a reação crucial, automática, instintiva, ele abre uma, e diante do que vê duas, três, de frente para a porta dos fundos um buquê de margaridas, as dobras das folhas destacadas ganhavam com o vento formas inusitadas, via nelas dorsos, paisagem, seios, focinhos, e se permitia entre a barba e o nariz um quase-riso, conserto, elas ganhavam velocidade conforme o vento, o som era harmônico, por detrás da área principal, das cadeiras, pela porta, entravam as folhas de outono, agora a dança, o sol mudava as zonas de luminosidade no chão, a cantoria ao fundo, o tempo esticado, um público, ele, dentes, pernas, o dia,
Danielle Graceé doutoranda em literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, interessa-se especialmente pela poesia moderna e contemporânea.