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As Primeiras Manifestações Decadistas e Simbolistas no Brasil

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            Pelos padrões estabelecidos em análises que se perpetuaram, o Simbolismo brasileiro teve o seu início em 1893, com o lançamento de Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa, e findou em 1911, com o advento de Ilusão, de Emiliano Perneta. Algumas interpretações diferenciadas surgem, de quando em quando, como a de Massaud Moisés, que, mais corretamente, insere o movimento simbolista entre 1893 e 1922, contando com o fato de que muitos autores da chamada Belle Époque eram absolutamente Simbolistas, apesar de não terem mais a ortodoxia da primeira camada da escola. Mas, de certa forma, em uma análise mais cuidadosa, a produção propriamente Simbolista não veio em 1893 com os livros de Cruz e Sousa, pois estes são, não raramente, Decadentistas (a diferença do estilo de Broquéis, por exemplo, para Faróis, este sim um livro totalmente Simbolista, é gritante). Para uma simples diferenciação de um estilo e de outro, há de se observar que o Decadentismo surgiu na França como uma revolta ao Naturalismo, opondo-se, muitas vezes, a tudo quanto fosse considerado “natural”. Até mesmo a postura “dândi” dos poetas decadentistas (muito bem caracterizada por Des Esseintes, único personagem do Às Avessas, obra de Huysmans) mostra a aversão a toda parcela de sua humanidade natural, obcecado por artificialismos, sinestesias e criações humanas (flores artificiais, por exemplo). Na dupla Missal e Broquéis, por exemplo, paira ainda um conflito do ser que quer se conciliar – sempre de maneira vã - com a civilização da Belle Époque (como em “Som”, de Missal) com um ser que anseia as sensações inefáveis, que almeja a música das coisas inauditas (em “Antífona”, o mais Simbolista dos poemas presentes nos dois livros).

Antes de 1893, porém, já havia em território brasileiro um frêmito, bem diagnosticado por Machado de Assis, em um texto publicado em 1879 chamado de “A Nova Geração”, em que discorre sobre autores influenciados por Charles Baudelaire, mas sem se desvencilhar totalmente da percepção Realista em voga no Brasil. Mais essenciais do que aqueles poetas afetados pela mania de copiar o autor das Flores do Mal, foram Medeiros e Albuquerque, Venceslau de Queiroz, Teófilo Dias e Fontoura Xavier. Cada qual com as suas expressões, menos ou mais Decadentistas, mas ainda assim, precursoras dessa mentalidade no Brasil.

Teófilo Dias: na influência de Baudelaire,
A nova musicalidade do Simbolismo.
Créditos: A Poesia do Brasil
Segundo Andrade Muricy, em seu Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, Medeiros e Albuquerque foi o responsável pela encomenda dos primeiros livros decadentistas franceses a aportarem no Brasil. Mesmo assim, o seu livro Canções de Decadência, publicado em 1889, soa-nos mais como uma reunião de canções com teor do que havia na produção poética da época (um Romantismo já desgastado e Realismo) com a novidade do Decadentismo, mas sem aparentar uma legitimidade de típico autor Decadentista, tanto que o próprio Medeiros e Albuquerque, após alguns anos, renegou o movimento simbolista e tomou uma postura fortemente crítica contra a escola. Sem dúvida alguma – se a discussão paira na autenticidade -, muito mais autênticos do que Medeiros e Albuquerque foram Venceslau de Queiroz e Teófilo Dias. Venceslau de Queiroz, chamado em sua época de “Baudelaire paulistano”, chegou a ser colega de Emiliano Perneta na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (por conta de problemas de saúde, o seu curso atrasado em alguns anos, propiciando essa oportunidade), e já em 1883 – portanto dez anos antes da erupção cultural feita por Cruz e Sousa – lançara os seus Goivos, cheios de versos decadentistas, com uma atmosfera cheia de um intimismo novo, obscuro, deveras nevoento para uma época que estava se acostumando com os literatos pseudo-cientificistas. Teófilo, morto em 1889 (quatro anos anos dos Broquéis!), por sua vez, beira já a utilização de artifícios do Simbolismo, “pela fluidez de seu ritmo, por seu colorido e sobretudo por suas frequentes aliterações”, segundo Péricles Eugênio da Silva Ramos, organizador da preciosa Antologia da Poesia Simbolista, de 1965. Em São Paulo, também, muito curiosa é a produção nefelibata de Francisca Júlia, que destacou-se por seu parnasianismo “impassível”, mas que, em sua juventude, escreveu vários poemas com inequívoca feição espiritual por volta de 1888, inclusive o seu clássico “Mudez”.
            Possivelmente, o depoimento de Nestor Vítor para o jornal O Globo, em 1928, traduz de forma mais evidente como antes de 1893 o movimento Decadentista/Simbolista já estava em plena formação intelectual e contava com personagens que formariam a alta camada da primeira geração do movimento:
              
            "Quando eu vim para o Rio, em 1888, o parnasianismo, no verso, e o naturalismo, na prosa, dominavam aqui sem contraste. Em São Paulo, entre alguns moços acadêmicos, começava-se a ler Baudelaire. Emiliano Perneta que lá estudava, foi um dos primeiros a manusear, numa atmosfera de mistério, entre os companheiros íntimos quase como quem lê páginas proibidas, as Flores do Mal. Levou nas férias consigo o estranho volume para Curitiba. Teve a grande gentileza de confiar-me aquela raridade por alguns dias. Eu já conhecera, pois, o "perigoso mestre", como lhe chamou Gautier, quando vim conviver com os parnasianos aqui. (...)
            Decididamente: o terra-a-terra do naturalismo, a excessiva exterioridade dos parnasianos não estava nas minhas cordas. (...) Influência, acaso, de Baudelaire, que pouco a pouco se viesse acentuando? Talvez. De combinação com o pendor natural que eu trazia. Não tardou muito, Emiliano Perneta veio para o Rio. (...) De Emiliano se foram acercando Gonzaga Duque, Oscar Rosas, Lima Campos e outros que, antes de o conhecerem, já representavam aqui um grupo de tendências pouco simpáticas aos naturalistas e parnasianos.

(em Ilusão, de Emiliano Perneta, da Coleção Farol do Saber)

De certa forma, um dos mais essenciais da geração “pré-1893” - e que também seria importantíssimo após essa data – foi Dario Vellozo. Consciente da importância da criação de uma literatura no Paraná, sobretudo quando já havia condições econômicas para tal, resultado do Ciclo do Mate e da Construção do Porto de Paranaguá – fazendo com que as elites, finalmente, ficassem no Estado -, e também notando o vulto que tomava a primeiro grupo Simbolista no Rio de Janeiro (antes do aporte de Cruz e Sousa), Dario Vellozo foi um dos responsáveis pela interiorização do Simbolismo no Brasil, sobretudo porque nas terras paranaenses o Decadentismo e Simbolismo floresceram em quantidade e qualidade quase inestimável. Já no início da década de 1890, em seu Club Curitibano, junto com Silveira Neto e Júlio Perneta (os três, unidos a Antônio Braga e Emiliano Perneta, formariam o grupo essencial do Cenáculo, publicação Simbolista das mais importantes do Brasil), entre outros, havia o intento de uma criação de uma “literatura paranaense”, que, pelas bases culturais dos presentes nas reuniões, seria formado pelo alicerce intelectual Decadentista (incluindo clássicos como Dante, dos autores mais cultuados pelos Simbolistas), ganhando, posteriormente, uma ênfase no esoterismo que encantou Dario Vellozo durante anos. Na obra de Dario há vários poemas cujas datas de composição são de 1889 (“Êxtase Divino”) ou até 1892 (“Drama Ignoto”), por exemplo, e que, se não são as melhores obras do autor, demonstram como antes da 1893 a estética Decadentista estava estabelecida inclusive para além da então Capital Federal.
Dario Vellozo, em foto presente no Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro,
de Andrade Muricy
            Aliás, o exemplo da “Padaria Espiritual” deixa-nos claro interiorização do pensamento nefelibata antes de 1893. Criada em Maio de 1892, em Fortaleza, reuniu, ao mesmo tempo, grandes nomes do Realismo local e também proporcionou a evolução do ideário Simbolista cearense, tendo como grandes nomes do Simbolismo cearense como Antônio Sales e Lívio Barreto, autor de Dolentes, publicado postumamente em 1897. Fazia parte dessa padaria – cujo jornal era o importantíssimo O Pão  - um dos grandes amigos de Cruz e Sousa, Tibúrcio de Freitas, que, se não chegou a ser poeta, foi um dos principais entusiastas do movimento simbolista em seus momentos decisivos, quando pelo Rio de Janeiro os Realistas, Parnasianos e a velha crítica se opunham quase que totalmente à poética trazida pelos simbolistas, já em plena prática e desenvolvimento de seus estros e temáticas.
            Indo aos poemas propriamente ditos, sem dúvida alguma é de valia mostrar, em principial plano, os de Venceslau de Queiroz, apesar deles não terem sido, em data, os primeiros do estilo a terem sido produzidos no Brasil; o valor de seus versos, porém, configura-se em uma das mais autênticas faces decadentistas produzidas em território nacional, sendo que “Nevrose”, sem dúvida alguma, é uma das mais belas peças da poesia brasileira da época:

NEVROSE (em Goivos)

A Teófilo Dias

I

Na voragem da infinita
Loucura que me suplanta
Há uma serpente maldita
Que me constringe a garganta.

A noite do agro remorso,
- Remorso que me fragoa,
(Noite em que choro e me estorço...)
De pranto e sangue gerou-a.

Corrompem-se-me os sentidos
Entre mórbidos miasmas:
- Ouço na treva gemidos,
- Na sombra vejo fantasmas.

Tomam corpo e forma hedionda
Os sonhos meus mais secretos,
Como frenética ronda
De uma porção de esqueletos.

A fantasia nas garras
Leva-me a um páramo torvo,
Abrindo as asas bizarras
Nos céus azuis como um corvo...

N'alma roeu-me a apatia
As rosas do seu conforto,
Como a larva úmida e fria
Rói a carcaça de um morto.

E o olvido (ai! corre-me o pranto...)
Vai sepultar-me os despojos,
Como farrapos de um manto
Que se espedaçou nos tojos.

Neste incessante destroço,
A razão mais se me afunda,
Como a luz dentro de um poço,
Numa inconsciência profunda.

Como nas noites polares,
De úmida treva retintas,
Farejam ursos nos ares
Abrindo as bocas famintas.

Surgi, visões do passado,
Nesta mudez que me cinge:
Eis o meu seio golpeado,
Sugai-o, lábios de esfinge...

II

Na tristeza em que me afundo
Nem ar, nem luz eu não sinto;
Há lia amarga no fundo
Escuro deste recinto.

Acima se os olhos volvo,
Acho treva, e cai-me o pranto;
Suga-me a dor, como um polvo,
O sangue, neste quebranto.

Os beijos que dou nos lábios
Vermelhos da minha amada
Têm os cáusticos ressábios
Da blasfêmia envenenada.

Se toco o pé de uma rosa,
Muda-se em lábio sangrento,
Que me diz, em voz chorosa,
A imprecação de um lamento.

Alguém que me segue o passo
Rouba-me toda a alegria...
Se canto, silva no espaço
A farpa de uma ironia...

Nos astros – laivos de sangue
Eu encontro, quando os olho,
E entre eles perpassa, exangue,
Um anjo, torvo o sobrolho...

Outro anjo, e mais outro eu vejo
Atrás seguirem, tristonhos,
E mortos, nesse cortejo,
Passam-me os anjos dos sonhos...

Os braços ergo às estrelas
Num gesto súplice, e logo
Apagam-se todas elas,
Como a luz de um fátuo fogo.

- Dúvida, morde e remorde
As fibras de um peito exausto:
Lira, num último acorde,
Quebra-te nesse holocausto.

E sobre Teófilo Dias, muitas vezes reconhecido por seu parnasianismo – realmente de qualidade -, inegavelmente há a aparição de traços da poética Simbolista, com as aliterações tão típicas ao movimento, certa ânsia de infinito, tendência ao misticismo, diferenciando-se do Decadentismo francês. Vejamos alguns casos em sua poesia:

MISTICISMO

Inspiras-me o sentimento
Que se lê nas catedrais
Que as idades medievais
Ergueram ao firmamento.

Fundas raízes no chão
Estende; floresce em pedra;
Sobe, cresce, avulta, medra,
Enche, domina a amplidão.

E do pensamento escrito
Na abóbada colossal,
Arqueja o esforço ideal
Que tende para o infinito.

Depois... a agulha sutil
Se perde no céu distante,
Como um grito suplicante...
- Como um desejo febril!

Também de Teófilo, há um poema de clara feição baudelariana, mas que precedeu, em brasilianas terras, toda uma série de temáticas e obsessivas perscrutações. Que se note a maciez melódica obtida pelo poeta, tão distinta da rígida padronização musical imposta pelo Parnasianismo:

ESFINGE

Tuas pupilas alaga
Não sei que acerba ternura,
Cuja luz cruel me afaga,
Cujo afago me tortura.

Unge-te o seio moreno
Um perfume sufocante
Suave como um calmante,
Pérfido como um veneno.

Freme-te a alma fatal
No frágil corpo nervoso,
Como um filtro perigoso
Numa prisão de cristal.

Para estancar os desejos,
Que teu sangue tantalizam,
Teus lábios prodigalizam
Dentadas por entre beijos.

Com sarcasmos me apunhalas;
Depois, as feridas cruas
Ameigas com a luz que exalas
Dos teus olhos, - negras luas.

Tua palavra me é dura,
Às vezes, pelo sentido,
E doce pela brandura
Com que me trina no ouvido.

Há uma alma que suspira
Em cada ponto do espaço
Quando caminhas: teu passo
Murmura como uma lira.

No movimento discreto
Revelas, por entre as gazes,
Todo um poema correto
Escrito em versos sem frases.

Os teus lençóis apaixonas
Com a gentileza que apuras
Nas langorosas posturas
Em que o teu corpo abandonas.

Dos primores, de que és feita,
A nenhum dou primazia:
É do conjunto a harmonia
Que os meus sentidos sujeita.

E eu te amo, beleza fátua,
Minha perpétua loucura,
Como o verme a flor mais pura,
E o musto a mais bela estátua!

Já no caso do pernambucano Medeiros e Albuquerque, pelo contato com uma maior quantidade de obras do Decadentismo francês, sem dúvida alguma alguns de seus poemas de Canções de Decadência superam em muito a matéria produzida por alguns poetas simbolistas posteriores, apesar da evidente feição Neo-Romântica que alguns poemas tomavam. O grande exemplo, talvez, seja “A Tempestade”, muito superior à tão propagada “Proclamação Decadente”, do mesmo livro:


A TEMPESTADE
(em Canções de Decadência)

A Guimarães Passos

Andam por certo na floresta escura
Sátiros ébrios sacudindo os troncos...
Há pavorosos e terríveis roncos
Na goela estéril da montanha dura...

Chove... Desaba catadupas brutas
No dorso negro e funeral da terra...
Chispas rebrilham de medonhas lutas
De mil titãs em temerosa guerra...

A luz estende pelo ar funéreas
Mortalhas brancas de esmaiada tinta;
Dos astros louros e gentis - extinta,
Não brilha a chama nas soidões etéreas.

O mar... o mar alucinado, doudo,
Urra, empolando os vagalhões irados,
Que sobre a praia arremessa a rodo,
Com lastimosos, com plangentes brados.

E há quem agora a tiritar, medroso,
Trema e, de prantos rorejando a prece,
A deus implore que a bonança apresse,
Que se desfaça o temporal iroso!

Oh! não!... Há sempre sob o firmamento
Muito rugido! Muita dor profunda!
Ninguém abafa o perenal lamento
Que em vão de prantos a miséria inunda!

Tu, pois, Tormenta - pra que enfim acabe
Da Dor o negro pesadelo infando -
Vê se, em teus braços colossais a alçando,
Fazes que a Terra com fragor desabe!

Vê se do Nada à solidão sombria
Arrojas tudo com furor insano!
Só mesmo então nessa amplidão vazia
Se há de apagar o sofrimento humano...


No Paraná, Dario Vellozo já escrevia poemas simbolistas bem antes dos Broquéis de Cruz e Sousa, autor para o qual dedicou um dos seus mais belos sonetos (“Cruz e Sousa”). Vejamos dois deles:

DRAMA IGNOTO (em Cinerário)

… Castelo repousa junto ao lago,
Como um cadáver junto de uma cova;
Mortos descantam magoada trova,
Carme sutil, misterioso e vago...

Noite profunda. A merencória lua
Penetra pela gelosia aberta;
Passam tristes visões que Amor desperta:
A alma de um monge nos salões flutua.

Avulta após horríssono fantasma,
Chegam mais outros; trêmulas cabeças
Surgem da bruma das tapeçarias...

E a estranha turba, espavorida, pasma,
Ao ver tombarem pálidas condessas
Sob o punham de nobres senhorias.

E outro poema de Dário presente em Cinerário:

ESQUIFE

Vês este esquife lirial?... Descansa
Aí, fanado, o derradeiro sonho:
De puro olhar, dulcíssimo e tristonho,
Meigo e pungente raio de esperança.

Foi esse olhar o idílio mais risonho
De minha vida amenidosa e mansa...
E quanta vez beijei a loura trança
Dessa que eu via em derradeiro sonho!...

Ela, porém, fugiu... Mágoa secreta
Veio minar a vida do poeta,
Dando-lhe o haxixe de sensações profanas.

Regressa agora... É tarde, noiva amada!
Minha lira repousa, amortalhada
No éreo sudário das paixões humanas.

O que parece evidente é que o Brasil, antes do advento eruptivo dos livros essenciais de Cruz e Sousa, já tinha um movimento simbolista, mas não tinha encontrado um líder – encontrando-o no Dante Negro – que, para muitos, foi um poeta “comparável somente a Baudelaire”. O autor de Broquéis, não nos esqueçamos, só escreveu o que escreveu porque, em 1888, conheceu, no Rio de Janeiro, Nestor Vítor, B. Lopes e Gama Rosa, que lhe “deu-lhe a ler obras de Poe, Baudelaire, Huysmans, Sâr Péladan, Villiers de L'Isle-Adan e outros simbolistas (...)”, como revelou Andrade Muricy no Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro. Quase todo o grupo revolucionário que publicava por meio do jornal “Folha Popular” estava aí reunido, com a exceção de Oscar Rosas e Emiliano Perneta, com quem Cruz e Sousa estreitaria as relações em 1890.
Diante disso, portanto, só temos mais uma prova de que é necessária a relativização da utilização das datas no estudo e no veredito dos movimentos literários, pois, se muitos críticos utilizavam-se da suposta curta duração do Simbolismo no Brasil para “provar que ele não deu certo”, torna-se evidente que 1893 foi somente a data do frêmito definitivo – as magníficas obras de Cruz e Sousa -, sem as quais o Simbolismo no Brasil teria sido infinitamente menor, mas que, de uma forma ou de outra, já teria precedentes nacionais para ir, pouco a pouco, influenciando poetas que surgissem com o passar dos anos.

 *leia mais ensaios sobre o simbolismo em mallarmargens





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