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Da série Os invisíveis |
SÃO MUITOS SENHORES
no tempo-espaço monturo
o Senhor dos confins não me guarda
não me estranha
sequer
me vê.
talvez não me varra o guarda
– mesmo que me veja –
e o cristo do corcovado
caga pra mim.
aqui não me veem
aqui não me escondo
são todos são muitos senhores
menos que de somenos sou
ainda assim nem o menino jesus de praga
roga por mim
as carroças de cadáveres muitas vezes passam
e não me recolhem – já me recolheram
outro dia
amanhã de novo me recolherão
e me desovarãomas não me veem
em Altamira
no ciberespaço
no lixo do shopping-limbo
olímpico olvido