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Poema de Marcelo Ariel publicado na Antologia 'É que os Hussardos chegam hoje' ( Patuá\Demônio Negro )

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Sem senhas para as cinzas na água


 “ Das coisas lançadas ao acaso, a mais bela, o cosmo”
  Heráclito

 1

A luz do ser é como a água
também veio do Sol
onde todos os planetas querem entrar

Dentro do Sol
O ser é imóvel
como a gratuidade de um êxtase
parecido com a respiração

Fora do Sol
o ser é móvel
Tempo eternidade
e tempo cronológico

2

A água é a  Alma
dentro do corpo
Em um quadrado
há um triângulo
de fogo
dentro do triângulo
um eneagrama
de ar

Em nós
a água
é o que ama
enquanto o ar pensa
e a emoção é a  chama
que o incêndio da morte
alimenta

A água é o que sonha
o que o tempo desenha
os círculos que somos
criados pela pedra
que afunda
quando acordamos



3

O Eu
é o vapor que se desprende
do gelo:
essa ilusão chamada identidade
no fogo do Ser se dissolvendo
Quando dizemos Eu
a alma que é a água dorme
e o que perdemos é a nuvem
do que não sabemos


É música tudo
o que a água pensa
No rastro das nuvens
se esconde a harmonia
dessa sentença, mesmo na tempestade
o relâmpago
rasgando o ar
é um silencioso canto
mas o trovão, quer nosso despertar
e fracassa, esse rugido estelar
que acorda em nós, apenas medo e espanto,
para a estrela retorna
silente fúria
que não compreende
nosso pranto

Marcelo Ariel



Biografia resumida


Marcelo Ariel nasceu em Santos, 1968 e vive em Cubatão. Poeta, performer e dramaturgo. Autor dos livros : Tratado dos anjos afogados (Letraselvagem 2008), Conversas com Emily Dickinson e outros poemas(Multifoco,2010-Esgotado ),  A segunda morte de Herberto Helder (21 GRAMAS, 2011-Esgotado), Retornaremos das cinzas para sonhar com o silêncio ( Editora Patuá ) entre outros














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