* um hino para Medusa quase uma cantada cuidado que a Medusa só pode ser tocada na fotografia proibida a face mais bonita fica interditada te transforma em pedra ainda a medusa viciada te pretere com uma menina mesmo se a tivesse morreria para Gia Carangi |
* conhecer a flor dissecada na biologia, nas vitrines da flor- icultura, ar- quitetura da florista louca, na mão sustenta o ra- mo da papoula, es- cuta o apelo do poeta novo pó para a poetisa dos infernos, pó para esticar na pá- gina do livro, para varar a noite a- dentro e germinar no verso do po- eta bêbado * |
Nossa Senhora Desatadora de Nós intervenha o Sol brilhando sobre o arrozal permita amarrada como você gosta fica primeiro salmo para Marília * |
a palavra cachorra não morde a palavra tortura machuca cada T parece outra volta na engrenagem do leito de Procusto a palavra amarrada segura m som que a boca calada pronuncia A como acorda sua menina segundo salmo para Marília * |
o papel de arroz embrulha o corpo dela estilete corte mais do que navalha caravela cometa que não sabe de nada interna o corte onde fica escondido na coxa escolheu o cabo cor de rosa combina filha da puta é por isso? terceiro salmo para Marília * |
maconha, chá de erva doce devolvam senso e sanidade ao louco, que já faz um ano, http // a canto da sereia que se torna imagem, ww w. subgirl .com / ela entra em sua vida para sempre, Molly com dois ll’s; parecem duas barras de cadeia; o holandês voador navega – fantasma pálido – em guarda frente ao riso dela; ela sorrindo quando pisa em pedras, descalça, a musa se descalça na Internet mostra as pernas; a saia justa mostra a sua bunda; o pé sujo pela escada afora; vai dar na calçada da fama em Holly wood; se fura no alfinete agudo, se amarra n’agulha fina; ilude; mente pela rede a fora, se é que existe Molly o brilho da água se recorta no vôo do inseto o Buda sentado alucina esmeralda incrustada no olho de vidro a loucura do fungo nos night clubs em Nagazaki pássaro feito de plástico tão bonito que parece de verdade minha doce emoção se desgasta no excesso da palavra o brilho da água já não diz mais nada mas soluça a água salgada do teu olho falho grita na garganta, mais viscosa só me diz a água que do teu olho vaza lacrimosa neblina produto da fumaça zebra riscada com chicote o Buda toca uma punheta, e goza ) mas ( sob o céu da Pérsia no bico do Simorg ela é minha de verdade *poemas do livro o retrato do artista enquanto foge (2007), de Antonio Vicente Seraphim Pietroforte *seleção: Nuno Rau *imagem: collage de Valero Doval |
↧
o retrato do artista enquanto foge
↧