“mallarmirim”é um projeto que procurará estimular a produção poética infanto-juvenil. Teremos um site filho de mallarmargens que reunirá a poesia produzida por crianças e material poético (contos ou poemas) criados para a leitura infanto-juvenil. Para tal intuito estamos convocando pessoas que trabalhem com educação infantil e que possam enviar-nos este tipo de publicação. Aos mallarmagos e mallarmigos que quiserem participar, tanto no envio de textos coletados quanto na exposição do site para seus filhos ou crianças e adolescentes da família e de seu círculo de conhecidos, dizemos que aceitamos os dados lançados. A equipe de mallarmargens pretende com isto trilhar mais uma vez pelos caminhos que transformam poesia em vida, assim como já procuramos na revista digital, incentivar e divulgar a produção de literatura de modo horizontal, democrático e randômico, lançando-a ao acaso mágico do mundo cibernético (tanto na captação como na divulgação), através do dado-livro.
Para batizarmos o projeto, já foi escolhido um símbolo que o representará: o dado-anjinho. Uma de nossas primeiras colaboradoras, a escritora Alexandra Barcellos, inspirada pela logo criada por Gabriel Rezende, materializou um conto superespecial e nos enviou também um conto para o natal: para mallarmagos, mallarmigos, mallarleitores e mallarmirins. Esperamos que gostem!
E quem quiser participar, deixamos aqui aberto o convite, para que nos enviem material, ideias e sugestões, através de nosso e-mail mallarmargens@gmail.com, com o título “mallarmirim”. Assim que reunirmos uma quantidade de textos, divulgamos o endereço que hospedará toda esta produção.
*palavra: mallareditores (Alexandre Guarnieri, Andréia Carvalho, Nuno Rau e Mar Becker)
dado poeta mallarmirim
Há muitos anos existiu um poeta que era fascinado pelo jogo das palavras. Ele as escrevia sem parar, noite e dia, porque queria encontrar dentro de si o poema perfeito.
Ele amava a poesia.
Numa noite de outono, de tão cansado que estava por perseguir o seu sonho, ele adormeceu sobre a mesa onde escrevia, deixando aberta a janela do seu quarto.
Foi nessa noite que algo mágico aconteceu...
Lá fora ventava muito. O vento entrou pela janela do seu quarto e começou a tirar do lugar todas as suas folhas de poesia.
Elas se espalharam pelo seu quarto enquanto dormia. Ele nem imaginava que os seus poemas estivessem sendo desarrumados pelo vento. Mas uma dessas folhas não ficou dentro do quarto, ela era uma Folha Poética rebelde, na qual o poeta havia escrito, entre muitas palavras, a palavra Dado.
Naquela noite a Folha da Poesia do Dado saiu pela janela do quarto do poeta e voou pelo céu daquela cidade, mas ela sabia que uma hora ou outra o vento iria parar e assim ela morreria ao cair das alturas.
Por isso a Folha implorou para que o Dado se libertasse dela:
– Oh, Dado, assim como fazem os livros e os anjos, crie as suas próprias asas! Voe para bem longe de mim enquanto há tempo!
O Dado, antes adormecido dentro do seu autor, abriu os olhos e fez o que a Folha havia sugerido: criou asas no corpo de um anjo e despediu-se da Folha dizendo:
– Eu sempre serei como a alma do nosso Poeta! Percorrerei os sonhos e a imaginação dos escritores, para sempre, em busca do poema perfeito!
E foi assim que o Dado Poeta abriu as suas asas e se libertou!
Desde então, ele vem sendo lançado nos livros e na poesia do mundo inteiro.
*conto: Alexandra Barcellos
*imagem: Gabriel Rezende