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POEMA DE BÁRBARA PINHEIRO

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NAVEGANTE


Consola-me com a areia deste mar de cor!
Enquanto os olhos brilham a sorrir,
Enquanto os dentes matam de amor.
E afoga esta luz sublime
No peito a nadar contigo
Pros ninhos das folhas frias,
Pra terra das mãos macias
No canto a cantar sem dor
Na voz a enrolar com o mundo
Contando a vida perdida
Por ternos momentos idos
Marcado em gargantas lidas.
Ouvindo um cantante torto,
Ardente em tão leve fogo
A quem já passou por ir.
Quem foi e escolheu por mim!
Palavra ao fazer dormir
Movida por denso ter
Agindo ao cobrir do frio
Sorrindo ao notar-se meu.




imagem: "manhã depois do dilúvio", óleo sobre tela de William Turner


*    *    *


Bárbara Soares Pinheiro Souza, 20 anos, nascida na cidade de Jundiaí, estado de São Paulo, é estudante de Serviço Social na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Passou a infância e grande parte da adolescência numa cidade do extremo-sul da Bahia, Itabatã, e há cerca de 4 anos reside na cidade do Rio de Janeiro. Mantém o blog “Veias e asciculações”. Email.

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