NAVEGANTE
Consola-me com a areia deste mar de cor!
Enquanto os olhos brilham a sorrir,
Enquanto os dentes matam de amor.
E afoga esta luz sublime
No peito a nadar contigo
Pros ninhos das folhas frias,
Pra terra das mãos macias
No canto a cantar sem dor
Na voz a enrolar com o mundo
Contando a vida perdida
Por ternos momentos idos
Marcado em gargantas lidas.
Ouvindo um cantante torto,
Ardente em tão leve fogo
A quem já passou por ir.
Quem foi e escolheu por mim!
Palavra ao fazer dormir
Movida por denso ter
Agindo ao cobrir do frio
Sorrindo ao notar-se meu.
imagem: "manhã depois do dilúvio", óleo sobre tela de William Turner
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