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5 Poemas de Karine Kelly Pereira

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Inevitabilidade

Via de regra
O corpo
Outro
Grave
Acerca-se
E desperta desequilíbrios

Minha trêmula carne
Vibra;
À revelia em festa
Contesta
Testa e atesta
A gravidade
Da Poesia.

-

Íngua

Áspero beijo
Que aspira e espera
À míngua,
A língua.

-

Marulho

Nesse emaranhado arranhado silvestre que me habita o seio
Mergulho
E faço
Marulho
Em todo o mar.

-

Resposta ao poema “Sedução” de Adélia Prado

Ai Adélia,
Tem dó e me escuta
Eu que te peço de mansinho
Nesse baixo entre gemidos,
Que me comas mais devagar.

-

Poema XVI

Para transitar de um corpo ao outro,
Bebi Pedro
Comi Pedro
Dentro e fora
Fora e dentro
Dentre verbos
Dentre versos
Tão im-próprios.

Inda assim,
Todo dia
Toda a pele
Me ardia,
Feito bruxa na fogueira.


*palavra: Karine Kelly Pereira
*imagem: Karim Hamid




Nascida no inverno de 1994, Karine Kelly Pereiraé artista e pesquisadora do corpo em artes circenses, dança e poesia.



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