Lígia! Suas costas, mais largas que asas!
Um langor pálido nos azulejos em que os ombros
Se arrastam. Um riso enfeita seus
Negros cabelos desgrenhados.
Só reparei no vermelho do seu vinho
Quando a mão já descuidava, desenhava
Aquarelando lido o guardanapo do mesmo lado
As propagandas são demais pro nosso tempo.
São pessoas falando de ti como pipoca,
Como a virose disseminada fiz vítimas
A cada momento. Esnoba, pisa suas falas a botinha
Como manchetes que forram todos os jornais.
Já mencionei sua cinturinha de vespa,
Mesmo quando estava no lugar, nem lembrava mais
Você, sem nem saber, era tudo que havia
Seu semblante cobrando pra cobrir
Toda notícia que se esquece, até a minha!
Oferece essa flor de um rosa razoável -
De uma paisagem independente
Descrita num livro; cada página corta
Seu corpo como um brilho.