![]() |
Foto de Mark Giarrusso |
TEMPO MORNO
Um deserto no meio da cidade,
Absorto, morto.
Prédios postados rente
Ao mundo indizível.
Pessoas nas calçadas vão e vêm.
Trânsito caótico.
Maquinas programadas
Para não parar.
Milhares de algoritmos envolvidos.
Há uma esperança
Que vai mudar?
A angústia que move,
Informações de minuto a minuto.
Quase não escuto o pássaro cantar.
Só o zumbido da poluição sonora
Que aflora o tempo morno.
![]() |
Arte de Tammam Azzam |
FILHOS DA SÍRIA
Entre poeiras e explosões
Crianças tentam dormir
E seus pais observam
Sem saber do amanhã
Se restarão lembranças
No meio da guerra.
![]() |
"Like a birds", de Shulman |
ATRAVESSA-ME ASSIM O TEMPO
Atravessa-me assim o tempo:
Um silêncio profundo
Onde os segundos flutuam
Como aves migratórias,
Que vão rumo ao infinito
De nós reprimidos
Perdidos no vento
Que sopra enquanto
Escrevo estas linhas.
______________
Tássio Ribeiroé de Bom Sucesso - MG. Escreve poemas e contos. Participou da Antologia da editora Vivara “Poetize 2017” e da antologia “Além do céu, Além da Terra (2017), Arte em Exposição A Cor do Gesto”de Artur Madruga 2019. Ganhou Menção Honrosa no concurso de poesia da Biblioteca Comunitária Conceição Maria Lopes. Atualmente espera a análise do seu primeiro livro autoral, intitulado: “Apaguei meu último poema”.