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ex machina - um poema de ricardo escudeiro

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Imagem: vídeo do álbum "Ison", de Sevdaliza



ex machina

“É um desperdício colocar uma espinha dorsal
para amparar a flacidez da alma humana.”
(In: “A puta”, de Marcia Barbieri)

num futuro
em que o gosto do sal fora extinto
dalgumas peles
encontrava-se facilmente

aplicativo baixar

temperos outros
para o revestimento dos entes sintéticos

mapeamento
i
a
mapeamento barra reprodução em escala de sistemas cognitivos

google buscar

benefícios
da atividade física
da ingestão de sílica artesanal
do consumo de suplementos específicos
do alongamento coparticipativo com fricção
facilitada por secreções e ou excrementos
de tomar
do suor
dos deuses





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Ricardo Escudeiro (Santo André-SP, 1984) é (ex) metalúrgico e (ex) professor. Autor dos livros de poemas “rachar átomos e depois” (Editora Patuá, 2016) e “tempo espaço re tratos” (Editora Patuá, 2014). Atua como editor na Fractal e assistente editorial na Patuá. Idealizou e montou, em parceira com o artista Leonardo Mathias, o work in progress "A mecânica do livro no espaço”, dividido em três temporadas: “piloto”, na Casa da Palavra, em Santo André (2016), “segundo movimento”, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em São Paulo (2017) e “desmonte”, no Patuscada – café & livraria, em São Paulo (2017). Possui publicações em mídias digitais e impressas: Escamandro, Germina, Jornal RelevO, Revista 7faces, Flanzine (Portugal), Enfermaria 6 (Portugal), entre outras. Traduziu poemas da poeta afro americana Nayyirah Waheed, que foram publicados nos formatos PDF, EPUB e MOB para download livre, pelo selo gueto editorial, da Revista Gueto, em 2017. Publicou mensalmente, entre 2014-2016, poemas na Revista Soletras, de Moçambique. Participou das antologias “Os pastéis de nata ali não valem uma beata – antologia de 2017” (Enfermaria 6, 2018), “29 de abril: o verso da violência” (Editora Patuá, 2015), “Golpe: antologia-manifesto” (Punks Pôneis, 2016), “Poemas para ler nas ocupa” (Editora Estranhos Atratores, 2016).

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