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corpo, código que se desloca entre desvãos de palavras - poemas de Johniere Alves Ribeiro

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CorPO XIV

ter no cais o eterno discurso da volta
ter no cais o sentimento certo do esquecimento
o vazio constante do ir e vir
e na lateralidade das mãos erguidas
os olhos esmiúçam-se em líquido
por ter um corpo ausente de si mesmo
sepultado nas águas do mar.






CorPO XV

teu corpo cova medida
para afogar meu amor
que dentro da noite veloz
ecoa vilões que choram
na sobreposição de tua voz
que realinha órbitas e o terceiro
sol do gozo - findas polifonias [...]º
num assombro exemplar











o umbral do
           berço
o umbral
 do sepulcro
é a idade rarefeita do corpo









Flor carnívora


a flor carnívora
apresenta seus pertences
lá bios em pétalas
e
o
ins
eto
ere
to
invasor em sua ganância de voar
esquece seus anéis de conhecimento
e
ao
ser sugado
várias vezes
pela flor e seu porão antropofágico
pendurando-o na pele viva da lua cheia
ali o
pobre inseto murcha sua seiva semente
e cai no tecido solo
deixando seu pequeno oceano ancorado
noutra ecologia  









delírio  tropical


                                                         a língua é o timão do amor
navega por mares
                                                há tempos
                   navegados
nada nela é novo                       saliva glândulas  astúcias
é ela que lima toda aspereza   da   carícia
Ulisses tapou olhos ouvidos                               dos expectadores
amarrou-se
mas deixou que que              sua língua degustasse
todo canto da sereia
que salivava o sal da maresia do desejo
                                     - tolo criador de presentes, aquele grego 
é essa língua nua que desfolha parques
hasteia bandeiras
desloca frestas por onde anda a onda
abre cavernas como uma chave
                                          suave
mais suave do que fazia Aladim no seu abracadabra










DE LONGE O CORPO

É

UMA     PLA NILHA         DE
E  X  C  E  L
U
M
P
I
X
E  L

Zero1ZERO1







________________________

Johniere Alves Ribeiro nasceu em Campina Grande, Paraíba, em1981. Formado em Licenciatura em Letras pela UFCG. Mestre em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Doutorando em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Professor de Literatura e Produção Textual. Lecionou em especializações e graduações em IES em Campina Grande, na Paraíba e em Pernambuco. Ganhador do 1º Concurso de Poesia e Conto do SESC/Centro - primeiro lugar na categoria poesia- evento realizado em Campina Grande – PB,no ano de 2000. Terceiro lugar no Concurso de poesia promovido pela POEBRAS – Secção Campina Grande, no ano de 2003. Publicou em 2016 os livros de poesia “Página para versos”, Editora Ideia, João Pessoa; e “ Fogueira de espelhos ou A alquimia do cais”, Editora Penalux, Guaratinguetá. Antes de publicar em livros, teve seus poemas em antologias, como também em revistas e suplementos literários: PB Letras (extinta); Revista Sebastiana (UEPB- PB); Revista Escrita (PUC – RJ); Revista Travessias (UNIOSTE –PR); Germina Letras (Revista Virtual); Blecaute (Revista Virtual); Correio das Artes/Jornal União (João Pessoa– PB); e participou da antologia “Inventário lírico da Rainha da Borborema: 150 anos de poesia”, livro impresso pela editora A União, João Pessoa.


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