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Obra de Leandro Gabriel |
VIVENDO APRENDO COISAS DOLOROSAS
"vivendo aprendo coisas dolorosas"
seria um bom final de um bom poema
que há vários dias tento arquitetar,
mas não consigo; falta força, falta
fôlego, perspectiva, algum sentido –
afundo-me em profundo descaminho.
talvez alguém pudesse, gentilmente,
traduzir meu poema para o grego
e perdê-lo nalgum papiro roto,
quase todo ilegível à exceção
de um único brilhante verso meu:
"vivendo aprendo coisas dolorosas".
MEUS FRACASSOS SE ERIGEM COMO MONUMENTOS
Meus fracassos se erigem como monumentos,
Altivos, permanentes, sempre à vista,
São feitos de matéria artificiosamente
Engendrada – conspícua e duradoura –
E lançam densa sombra sobre as silhuetas
Incertas, fugidias, resignadas
Do que talvez um dia, sobre a areia, alguém
Houvesse registrado algum sucesso.
LOGO SERÁ NOITE
quanto viste,
o quanto amaste,
de quanto fizeste,
ninguém jamais verá,
ninguém o saberá,
ninguém se lembrará.