Havia um Velho de Campo Florido, Que era o menor homem já nascido; Mas eis que de supetão, deu de cara com um cão, Que o devorou em Campo Florido. | |
Havia um velho de Itararé, Montado no dorso dum jacaré; Mas lhe disseram: “Ao anoitecer, ele é capaz de te morder, Amolando você, velho de Itararé!” | |
Havia um velho de Lucca, Que usava vasta peruca; Tanto que só seu nariz e a ponta do sapato de verniz Podiam ver vistos em Lucca. | |
Havia um velho de Lisboa Que usava bela coroa De lagostins e especiarias, ratazanas e cebolas frias, Esse raro velho de Lisboa. | |
Havia um velho de Bombinhas, Perturbado por criancinhas; Que atiraram pedras na sua direção e quebraram parte de sua dentição, Zangando o velho de Bombinhas. | |
EDWARD LEAR | |
O escritor, desenhista e pintor inglês Edward Lear (1812 - 1888) é considerado um dos pais do nonsense literário, junto com seu contemporâneo Lewis Carroll. Apresentamos aqui alguns de seus limeriques, todos ilustrados pelo autor, que mostram o quão estranhas ou monstruosas são as suas personagens. A métrica dos limeriques, no original, é bastante formal, mas a tradutora optou por uma métrica informal, mais leve e espontânea, em português. | |
DIRCE WALTRICK DO AMARANTE | |
Organizou e traduziu as antologias de textos em prosa e verso de Edward Lear Viagem numa peneira e Conversando com varejeiras azuis, ambas publicadas pela Editora Iluminuras. Esses limeriques integrarão uma nova antologia de textos de Edward Lear que a tradutora está organizando. | |