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POEMAS DE GABRIEL FELIPE JACOMEL

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Carpo

meta: formosa
meta morfose
meta lhadora

ética
estética
estica e puxa

metacorpo mata o corpo
a facadas de bisturi


Classicacos

o clássico
não se põe em pedestal
se derruba (e) distraído!
fiz mosaico de sentidos
      classe       co       lar
              classe   fi    car


Heartstealing

nossa vã prisão o máximo
frágil quão caixão torácico
vendo o Sol nascer rajado
nessas grades de costela

ah! se os punhos fossem limas
se as promessas fossem sérrias

fugiria com tuas rimas

por quilômetros de artérias


Golden goose

fígado fidalgo

algo diz que deu errado
na receita do foie gras

o ganso pateta tomou umamais
e roubou o canto do cisne


Sorvete

todo mundo já sabia
tua boca eu abriria
a espinha gelaria

tão inteira te sorvia

agora que todos já sabem
orgulho na gente não cabe
tão bem como corpo cabia
num freezer de sorveteria


security cam não deixou insegura


caiu na net!


Sin fonia

polissímbolos sônicos
monossílabos tônicos

anseolíticos átonos


é tudo mashup
é tudo crossover
tudo insideout

sai do novovô
eraeditário



quem diria?
que tanta erudição
bem no fundo era edição


Peleja

coceira impele
o pêlo nem pede
implora à pele

não tape o sol
com suapeneira


(suor)


pois nada impede
de nascer em pilo

e de t'implodir
no me nor vacilo


Roça

possu' e roce
poi'sua posse
é passageira

possua a mim
ahlento a mil
q posse'são

saboreares




imagem: Leszek Bujnowski



*     *    *


Gabriel Felipe Jacomel (Joaçaba, 1985) é performer e sua produção rasteja por mídias diversas. Edita desde meados de 2010 o blog faziafagiaebulimia com seus escritos mais recentes.






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