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Lírio, um poema de Fiona Wright - tradução de Diego Callazans

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Foto de Christina Thompson, do blog My Hesperides Garden


Lilium

The evenings have grown sharp now.
Light slinks through the blind slats,
          
          the gaps beneath lintels.
The scent of liliums on my opening door.
The shower drips.
A tidemark of baked soup
          scums an empty bowl.
Blunt male laughter. The crunch
of bottles through ice.
The windows fidget
          as the trains pass.
The scent of liliums.
Their split pollen pods
          husked on the floor.




Lírio

As noites agora são mais concisas.
A luz desliza entre as tiras da cortina,
          As brechas sob as vergas.
O cheiro de lírio pela fresta da porta.
O chuveiro escorre.
Uma linha de fervida sopa
          Escuma uma tigela oca.
Riso masculino súbito. O ruído
De garrafas entre o gelo.
As janelas tremem
          Quando passam os trens.
O cheiro de lírio.
Seus casulos de pólen rompidos
          Descascados no chão.




Fiona Wright nasceu em 1983, em Sydney, na Austrália. Publicou Knuckled (Giramondo, 2011), que lhe rendeu o Dame Mary Gilmore Poetry Prize para um melhor primeiro livro. Seus poemas foram publicados em revistas e antologias na Austrália, Ásia e Estados Unidos.

Diego Callazans nasceu em 1982, em Ilhéus, na Bahia. Publicou A poesia agora é o que me resta (Patuá, 2013) e Nódoa (7Letras, 2015). Seus poemas foram publicados em diversas revistas literárias brasileiras.

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