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4 poemas inéditos de Daniel Perroni Ratto

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Brandon Kidwell
Manifesto das Trincheiras
Que venham perseverar
mais poetas no mundo
e não importa a crítica
das vozes obtusas a dizer
que existem versos em demasia
Aos que no coração
vive o avaro
como religião
onde a estrofe é idiossincrasia
a flagelação é doença autoimune
Para estes
tem que ficar claro
Jamais terá o ambiente
saturação de poesia

$O Evangelho$

Nas escadarias sombrias de prédios abandonados
nasce uma classe de zumbis
Nas pradarias longínquas de Brasília
ratos se apossam dos corpos democráticos

As ruas da metrópole estão cheias de papéis
conservadores
Árvores caminham em protestos libertários
Paisagens em câmera lenta e os desígnios
limitadores

Fundamentalismos entre paredes cinéticas
trafegam nos aceleradores de partículas
Não há mais cabrestos disponíveis
Nas votações inexoráveis

O pelego está à solta
As liquidações de palavras
violentam as casas de bonecas marginais

Cada sorte proclama seus sigilos
Macacos voadores estagnados em congestionamentos
não querem mais o céu

Musgos mutantes impregnam o Congresso Nacional
O contágio é iminente
lentes letárgicas conspiram, é o Cinema Nacional
O subversivo é preponente

Plantações subcutâneas de nanorrobôs
informatizam a distopia cotidiana de nossas vidas
Ditam os praguejadores da liberdade
conservadores se alimentam das latas de sardinha

Nas escadarias da Catedral da Sé
dormem desejos famintos de fé
perambulam sonhos molhados pela chuva
morrem esperanças secas, vontade e luta.

Eric Johanson
 Nos dias em que caminhava entre cactos do teu coração

A percepção exacerba
pula da alma e corre livre
pelos horizontes oculares

Das tintas se perpetuam as claves
as chaves, a música

Os lugares inóspitos
em que as amizades
são fecundadas
parecem impróprios
próprios de uma anormalidade

Nesse parque de diversões
do cosmos de mim mesmo
logo percebi diversos vultos
caminhando por indefinições

Enquanto segui tentando entender
o que acontecia comigo, um curió sussurrou
e me transportou para o western
da canção de amor texano
e lembrei que ela
sempre esteve pronta
para me beijar

Tentei argumentar
disse que não media as palavras
mas o vento só sabia
do que lhe interessava

Por um golpe de sorte
quando o tempo do vento
ficou a esperar
surgiram estrelas coloridas
iluminando a Ponte Metálica
Sentei ao lado de Iracema
com meu saco de pipocas musicais

De improviso, num instante
ela correu para o mundo
E corri tanto
que nem sei onde fui parar

Não ignore e ache que ela está bem
O silêncio não é um lugar para estar
Basta de dizer que é o tempo
e a rajada de vento
estapeou minha cara
É hora de voltar.


Très bien en tu cuerpo nu
  
VoZmecê votre bouche il est ardiendo de deseo to kiss the poetry ce corps

No recuerdo me ademas
responsable no terrible
Forquilha gene premissa
I don't think that avec

C'est la vie Pourquoi gene
Savá dumont ne pas
En qualquer sociedad
averigua la amour

E não conjuro
Dignité esponja pâté
La universidad del corazón
me permite enxergar
los seios rijos

Hermanos Frequentes
Muchachos presenting
Calefações Move
Continuous fasting

Bêbado fico en la situación
Yo no voy hablar in
anything language
but hay de hacer
trocadilhos em all trilhos

Talk to me please
talco em mim
como nuvens que sublimam

Collection of the piedras flying

Noches de words revigorantes
i will go a veces para el sonhos
teus ojos brilhantes
deixam-me só em prantos




Daniel Perroni Ratto é poeta, jornalista, músico, pós-graduado em mídia, informação e cultura pela ECA/USP. É autor dos livros, Urbanas Poesias (Ed. Fiúza, 2000), Marte mora em São Paulo (A Girafa, 2012), Marmotas, amores e dois drinks flamejantes (Ed. Patuá, 2014) e VoZmecê (Ed. Patuá, 2016). Participou das bandas Loco Sapiens, Criolo Branco e Luz de Caroline. Cronista do UOL Música, colaborador na editoria de música do portal Culture-se.com e do jornal Diário do Nordeste. Faz parcerias de composição com algumas bandas promissoras na cena paulistana. Em 2015, participou com poema e voz da música “Brasil”, da banda Bleck a Bamba, ganhando o segundo lugar de melhor música do Festival de Rock de Indaiatuba. Seus poemas também estão em revistas literárias de todo Brasil como a Revista Gente de Palavra (RS), Mallarmargens revista de poesia & arte contemporânea (PR), Revista Quincas (SP), Jornal RelevO, Revista Subversa, entre outras. Curador de eventos literários como a Quinta Poética na Casa das Rosas. Em 2015, Daniel Perroni Ratto foi um dos poetas selecionados pela curadoria do evento para integrar a “Exposição Poesia Agora”, no Museu da Língua Portuguesa.






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