da magnitude de tudo q faço
olhe pra mim vc precisa saber
vc precisa conhecer minha voz
vc precisa conhecer minhas cores
olhe pra mim olhe pra mim
vou desenhar meu nome
nos viadutos nos muros
vou desenhar meu nome
nas praças nos postes
olhe pra mim vc precisa saber
vc precisa conhecer meus traços
vc precisa conhecer minhas letras
vou desenhar vou desenhar
minha voz pela cidade
por onde vc olhar estarei
vc precisa conhecer meus muros
meus viadutos meus postes
olhe pra mim vc precisa me ver
vc precisa saber quem sou vc precisa
da minha voz das minhas cores
olhe pra olhe pra mim
a visão do céu aberto sobre pátmos
eu mozzer q também sou teu irmão
sofri toda dor e perseguição por amor
às boas novas q dou testemunha
quem tem ouvidos pra ouvir ouça
nesse ano de nosso senhor
o céu se abriu sobre mim
atrás das grades e dos muros
neste exílio em q estou preso
caí sobre a terra como um morto
diante da visão do céu aberto
guarda bem essas palavras
porq são verdadeiras e justas
nesse ano do nosso senhor
o céu se abriu sobre mim
dou testemunho da visão
do temor e da revelação
guarda bem essas palavras
quem tem ouvidos pra ouvir ouça
q no céu aberto vi sobre mim
como q um espelho da terra
água pra um homem morto
pra q desperdiçar água
com um homem morto?
pra todo lado q se olha
só o deserto de água e sal
o navio foi despedaçado
por corais e por nossa ignorância
não foi o vento ou a tempestade
foi nosso mal jeito
pra q desperdiçar água
com um homem morto?
em não muito tempo
morreremos todos
mas pra nós há esperança
pra ele só a morte a cabeça
partida o crânio de fora
a ferida mortal
pra q desperdiçar água
com um homem morto?
pra todo lado q se olha
só o deserto de água e sal
permuta
nossa doutrina nos faz feliz
porq brotou de nossas entranhas
feliz como só nós podemos ser
porq ela é verdadeira e correta
nossa doutrina tem nossa cor nossa
língua nosso sangue nossa terra
nossa doutrina tem nosso cheiro
nossa carne nosso nome
nossa doutrina diz por si o q é
deu a todos guarda e sustento
garantindo um mundo melhor
quase não pedindo nada em troca
somente nossas caras todas elas
eu q quis ser puta quis ser macho
eu q quis ser moça e dar o cu
dei minhas caras restando só essa
porq nossa doutrina é verdadeira
nossa doutrina nos faz feliz como só
nós podemos ser porq pra mim nossa
doutrina só pediu meu gozo em troca
* * *
geovanne otavio ursulino vive em maceió. editor da revista alagunas. escreve no blog amorfo poema.