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POEMA DE JORGE ELIAS NETO

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Compreende, João?


Me compete a rasura,
um trecho qualquer de insanidade

Não arrisco menos que a loucura
no arrebol aceso do meu traço

Prumo é sanha, não desperdício,
meço o engasgo e o gargalo

Se não há crença ou desespero,
sobra a lasca, largo a plaina

Quebro o terço, me desfaço,
deixo a febre do avesso

Ser guia do erro, dos passos,
o toque humano, o rastilho,

A trama, o corte, a fissura,
o espanto e seu nó de poeira,

Minha verdade Severina
na preamar do cansaço.


Vitória, 17 de junho de 2016



*    *    *





Jorge Elias Neto (1964) é médico, pesquisador, cronista e poeta. Capixaba, reside em Vitória – ES. Livros: Verdes Versos (Flor&cultura ed. - 2007), Rascunhos do absurdo (Flor&cultura ed. - 2010), Os ossos da baleia (Prêmio SECULT - ES – 2013). Participação: Antologia poética Virtualismo (2005), Antologia literária cidade (L&A Editora – 2010), Antologia Cidade de Vitória (Academia Espírito-santense de letras – 2010,2011,2012,2013) e Antologia Encontro Pontual (Editora Scortecci – 2010). Colabora com poemas em vários blogs e na revista eletrônica Germina, Diversos-afinsm Mallarmargens e no Portal Literário Cronópios. Membro da Academia Espírito-santense de Letras onde ocupa a cadeira de número 2. BlogEmail.


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