Estamos em um apartamento, A.
Não há apartamento. Há o modo incorreto de nos afastarmos. Abraçados a um pássaro quebrado. Feito de céu.
Ferro.
Estamos sozinhos. E ainda é um alívio dizer nós. Estamos.
Enfiada em uma palavra. Toda a possibilidade de enforcar-me com um som.
Nós.
Converso com uma mulher. Pode ser triste a vida. Sempre, é triste. Ela diz que a sua resume-se a uma frase.
Quero ir embora. Tenho uma estrada que sai de dentro deste apartamento. Quero estar livre. Das costelas.
Das camadas. E mais camadas de palavras.
Sou um homem sem a metade do corpo.
Sou uma mulher.
Meu pai é um construtor. Aprendi a espalhar a peste. A arrancar dos braços o máximo de paredes. Percebo de cães.
Percebo de mares.
Sou um homem.
***