Entre
Cortado
Me despedi
Do desterro
Recolhi rascunhos
Mapeei desejos
Mergulhos, marulhos, Mercúrio na casa 6
(intuitivamente, soprado pelo anjo).
Astro
Lógica a
Mente
É o dorso
Do que não tem dono
O livro dos signos
(Caucasiano em Guiné-Bissau?).
Fazendo samba
Colonizando contra
Os bandos
Fundando galáxias
Perdendo as insônias
As rondas da sua sinastria
(cena de sangue no bar da Av. São João...).
A melancolia
Seria um satélite?
Diana, sagitariana
(mexe nos cabelos e sorri para a selfie).
Desvio de sina
Enterro os resquícios
(de luvas de pelica)
Dilato meu mapa astral.
Despedaçadamente
Vou fatiando os minutos
E me servindo
Acreditando
Nesse jat lag .
Fotografia Davi Kinski: Paula Salazar/ Estudio Ciclorama
Além de poeta, Davi Kinski traz em sua bagagem uma carreira no teatro e pelo cinema. Formado como ator pela Actor School Brazil e em cinema pela Academia Internacional de Cinema, Davi dirigiu sete curtas-metragens, dentre eles, Cineminha. Foi convidado a participar do Festival Italiano Curto In Brae do Portland American Film Festival. Ainda como ator passou por diversas escolas, entre elas FAAP, Wolf Maya e Studio Fátima Toledo. Participou do filme Nome Próprio, de Murilo Salles, que lhe rendeu a indicação de melhor ator no Festival de Gramado de 2008. Davi também atuou em 5 curtas metragens exibidos em diversos festivais. No teatro, encenou Aurora da Minha Vida, Lisístrata, Bailei Na Curva e O Grande Jardim das Delícias de Fernando Arrabal. Em 2011 encenou seu primeiro monólogo Lixo e Purpurina baseado em textos de Caio Fernando Abreu, cumprindo uma temporada esgotada no SESC Pompéia. Em 2012, abriu sua produtora a Play Cultural, uma das produtoras responsáveis pelas últimas temporadas de Bibi Ferreira em São Paulo entre outros projetos. Atualmente grava seu primeiro longa documentário POEMARIA onde se debruça em registrar a poética de nossos tempos. No início de 2014 Davi lançou seu primeiro livro de poesia Corpo Partido pela Editora Patuá, que se encontra agora em tradução para publicação na França.