Colonizando o segredo
Quero ser
O ar
E não ter
Esse limite
Do sair
E entrar
Apenas estar
Em tudo
Que é
Inconsciente
E desliza
Para dentro
Com certo
Arrebatamento
Imediato
E brota
Para dar norte
Na rosa dos ventos
Que está
Lá fora
A possibilidade
De horizonte
Um barco
Pronto para
Partir
A um continente
Distante
Quero ocupar
O delírio
Dos sete mares
Tatuar na pele
Versos de sobrevivente
Segredos de
Atlanta
Nas profundezas
Do mantra
E dos mistérios
Da vida
Break a leg
É sexta
Sem paixão
Algum rock and roll
Duas pedras
Melancolia com maracujá
Bandeirinha do delírio,enfeita
Vou colher nesse campo
Inventários vastos
Vazios escolhidos a dedo
Melhor arrumar as flores
Enfeitar o que pode ser
Tocado
Quero a casa com,
intuição de imaginar
Beijos que vazam
Fertilidade de anis
Voragem beat
Outras montanhas russas
Para arranha-céus
Polares
Usar olhares de azeviche
Contar com exatidão
O dom de tentar achar
Talentos novos
Pequenas explosões
Versos em erosões
Vulcânicas
Epifanias
Que eu e você
Sacamos
Desde aquela velha mania
De pintar cavernas
E apostar corridas
Com dinossauros
Sobre a luz de refletores
Sem paixão
Algum rock and roll
Duas pedras
Melancolia com maracujá
Bandeirinha do delírio,enfeita
Vou colher nesse campo
Inventários vastos
Vazios escolhidos a dedo
Melhor arrumar as flores
Enfeitar o que pode ser
Tocado
Quero a casa com,
intuição de imaginar
Beijos que vazam
Fertilidade de anis
Voragem beat
Outras montanhas russas
Para arranha-céus
Polares
Usar olhares de azeviche
Contar com exatidão
O dom de tentar achar
Talentos novos
Pequenas explosões
Versos em erosões
Vulcânicas
Epifanias
Que eu e você
Sacamos
Desde aquela velha mania
De pintar cavernas
E apostar corridas
Com dinossauros
Sobre a luz de refletores
Eu te encontro.
Cai o pano.
*
Exaurido
De escrever
Pelos ares
O que o silêncio
Não sustenta
E a poesia
Não alimenta
Vou destemido
Desleixado
Perplexo
Com o meu
Conformismo
E então
Na onda
Dessa escuridão
Surfo
Nas estrelas
Da realidade
Anoto essa partitura
Sem privacidade
A solidão
Veste máscaras
Semafóricas
Em edifícios
Difíceis de
Decifrar
A cidade é
Uma esfinge
Pronta para
Te devorar
Em Wall Street
Soltei os freios
Do silêncio
E apalpei
Com os lábios
A artéria
Do tempo
Embrulhei
Pra viagem
O que
Restou
De mim
Quando notei
Estrada longa
Escorria
Pelas mãos
O destino
Sambando
Na cara
As irritações
Da infância
As labirintites
Por onde
A náusea
Do desejo
Fincou estacas
Criou edifícios
Altos
Sedutores
Interesseiros
Puro luxo
Para acabar
Despencando
Em desfiladeiro
Nossas bolsas
Massacradas
É arma
Radical
Ou um Deus
Chamado
Dinheiro?
Além de poeta, Davi Kinski traz em sua bagagem uma carreira no teatro e pelo cinema. Formado como ator pela Actor School Brazil e em cinema pela Academia Internacional de Cinema, Davi dirigiu sete curtas-metragens, dentre eles, Cineminha. Foi convidado a participar do Festival Italiano Curto In Brae do Portland American Film Festival. Ainda como ator passou por diversas escolas, entre elas FAAP, Wolf Maya e Studio Fátima Toledo. Participou do filme Nome Próprio, de Murilo Salles, que lhe rendeu a indicação de melhor ator no Festival de Gramado de 2008. Davi também atuou em 5 curtas metragens exibidos em diversos festivais. No teatro, encenou Aurora da Minha Vida, Lisístrata, Bailei Na Curva e O Grande Jardim das Delícias de Fernando Arrabal. Em 2011 encenou seu primeiro monólogo Lixo e Purpurina baseado em textos de Caio Fernando Abreu, cumprindo uma temporada esgotada no SESC Pompéia. Em 2012, abriu sua produtora a Play Cultural, uma das produtoras responsáveis pelas últimas temporadas de Bibi Ferreira em São Paulo entre outros projetos. Atualmente grava seu primeiro longa documentário POEMARIA onde se debruça em registrar a poética de nossos tempos. No início de 2014 Davi lançou seu primeiro livro de poesia Corpo Partido pela Editora Patuá, que se encontra agora em tradução para publicação na França.