Quantcast
Channel: mallarmargens
Viewing all articles
Browse latest Browse all 5548

4 poemas de Clarissa Macedo - tradução/espanhol de Verónica Aranda

$
0
0



Trilogia


Ontem uma lacuna se abriu
rasgando os meus reinos.

Hoje uma coluna se ergue
na armadilha do meu peito.

Amanhã uma ferida que nunca tive
irá maturar até me quebrar ao meio.


  
Trilogía  
                                                                 

Ayer se abrió un hueco
rasgando mis reinos.
        
Hoy se yergue una columna
en la trampa de mi pecho.

Mañana una herida que nunca tuve
crecerá hasta romperme por la mitad.



Exercício


Cerrar os olhos
para que a última
lágrima cresça.

Cerrar os olhos
para que o mundo
seja memória.

Abrir os olhos
para que, afinal,
tudo se perca.



Ejercicio


Cerrar los ojos
para que la última
lágrima crezca.

Cerrar los ojos
para que el mundo
sea memoria.

Abrir los ojos
para que, al fin,
todo se pierda.




Do outono


Folha seca que corre mundo,
rasga templos de muitas ilusões
morre na lama da primeira chuva.

Sem verde, caule ou viço
chora dilemas da flor que não pôde ser.



Del otoño
                           
        
Hoja seca que recorre el mundo
rasga templos de muchas ilusiones
muere en el barro de las primeras lluvias.

Sin verdor, tallo o lozanía
llora dilemas de la flor que no puede ser.



Fábula


No teu aprisco imenso
sempre houve uma ovelha
pequena, cinzenta, desajeitada

aquela que frente ao cajado,
ao latido do cão também imenso
fugia e não se guiava

aquela que diante do espelho d’água
não cria na imagem que se revelava
nem na eternidade de que ouvia

aquela que nua, de lã cortada,
sussurrava cantos às irmãs.

Uma ovelha: tal qual tantos bodes.



Fábula


En tu redil inmenso
hubo siempre   una oveja
pequeña, gris, descuidada

aquella que frente al cayado,
al ladrido del perro también inmenso
huía y se desmanaba

aquella que ante el espejo de agua
no creía en la imagen revelada
ni en la eternidad que oía

aquella que desnuda, con la lana cortada,
les susurraba cantos a las hermanas.

Una oveja: como tantos machos cabríos.


Poemas de Na pata do cavalo há sete abismos.
Tradução de Verónica Aranda.




Clarissa Macedo, natural de Salvador (BA), doutoranda em Literatura e Cultura, é escritora, revisora, professora, pesquisadora. Apresenta-se em eventos pelo mundo afora (além do próprio Brasil, Colômbia, Peru, Cuba). Está presente em diversas coletâneas, revistas e sites. É autora de O trem vermelho que partiu das cinzas e de Na pata do cavalo há sete abismos (7Letras – Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia), ambos de 2014. Contato da autora: clarissamonforte@gmail.com.


Verónica Aranda, Madrid(1982). He vivido en Italia, Bélgica, Portugal, India y Marruecos. He publicado los libros de poemas: "Poeta en India" (Melibea, 2005. Premio Joaquín Benito de Lucas); "Tatuaje" (Hiperión, 2005, premio Antonio Carvajal de poesía joven); "Alfama" (Fundación José Hierro, 2009, IV Premio Margarita Hierro); "Postal de olvido" (El Gaviero, 2010, Premio Arte joven de la Comunidad de Madrid); "Cortes de luz" (Rialp, 2010. Accésit del premio Adonáis 2009); "Senda de sauces. 99 haikus" (Amargord, 2011); "Café Hafa" (Tres Fronteras, 2012. Premio Antonio Oliver Belmás); "Lluvias continuas,ciento un haikus" (Polibea, 2014).Y la traducción de "Poemas de los Himalayas" de Yuyutsu RD Sharma (Cosmopoética, 2010)

Viewing all articles
Browse latest Browse all 5548

Trending Articles