Thereza Christina Rocque da Motta lança sua tradução de “O Unicórnio e outros poemas”, de Anne Morrow Lindbergh, pela Ibis Libris, em 22/06, na Travessa Ipanema
“O Unicórnio e outros poemas”, de Anne Morrow Lindbergh, com tradução e apresentação de Thereza Christina Rocque da Motta, lançamento dia 22/06/2015, das 19h às 23h, na Livraria da Travessa Ipanema, com leitura de poemas às 21h.
O livro levou quase 40 anos para ser finalizado, após ter sido lido a primeira vez pela tradutora, que tinha apenas 18 anos. Foi preciso que ela chegasse à idade da autora durante o período em que escreveu os poemas para poder ter maturidade para traduzi-los e lançá-los, depois de rigorosa revisão.
Anne Morrow Lindbergh foi a mulher do aviador Charles Lindbergh, que voou com ele várias vezes e registrou essas aventuras, como em seu primeiro livro "North to the Orient", não traduzido ainda no Brasil. “O Unicórnio e outros poemas” é seu único livro de poesia e é a primeira vez que é traduzido para o português, como foram dois outros em prosa: “Presente do mar” e “Cenas de um casamento”.
A perda do primeiro filho, o relacionamento com o marido, a criação dos filhos e seu dia a dia, com sua percepção única, além de sua religiosidade estão nestes poemas de extrema pureza e singeleza, aliada a uma escrita forte e marcante. Traduzi-los foi um desafio que agora pode ser lido nesses 35 textos reunidos em "O Unicórnio e outros poemas".
Esse dia foi escolhido para lançar “O Unicórnio e outros poemas” por ser o aniversário de Anne Morrow Lindbergh, iniciando a comemoração de seus 110 anos de nascimento em 1906, e prestando-lhe uma homenagem, após 15 anos de morte, em 2001.
O livro levou quase 40 anos para ser finalizado, após ter sido lido a primeira vez pela tradutora, que tinha apenas 18 anos. Foi preciso que ela chegasse à idade da autora durante o período em que escreveu os poemas para poder ter maturidade para traduzi-los e lançá-los, depois de rigorosa revisão.
Anne Morrow Lindbergh foi a mulher do aviador Charles Lindbergh, que voou com ele várias vezes e registrou essas aventuras, como em seu primeiro livro "North to the Orient", não traduzido ainda no Brasil. “O Unicórnio e outros poemas” é seu único livro de poesia e é a primeira vez que é traduzido para o português, como foram dois outros em prosa: “Presente do mar” e “Cenas de um casamento”.
A perda do primeiro filho, o relacionamento com o marido, a criação dos filhos e seu dia a dia, com sua percepção única, além de sua religiosidade estão nestes poemas de extrema pureza e singeleza, aliada a uma escrita forte e marcante. Traduzi-los foi um desafio que agora pode ser lido nesses 35 textos reunidos em "O Unicórnio e outros poemas".
Esse dia foi escolhido para lançar “O Unicórnio e outros poemas” por ser o aniversário de Anne Morrow Lindbergh, iniciando a comemoração de seus 110 anos de nascimento em 1906, e prestando-lhe uma homenagem, após 15 anos de morte, em 2001.
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O Unicórnio e outros poemas é o único livro de poesia de Anne Morrow Lindbergh, entre outros, de cartas e diários, que publicou ao longo da vida, e também de não ficção, entre eles, Presente do mar, de 1955 e Cenas de um casamento, de 1962.
Sempre que se fala de Anne Morrow Lindbergh algo mágico acontece. Toda vez que me voltava para sua poesia, seus livros, sua biografia, suas fotos, eu me sentia tocada por uma energia diferente. Quando comprei o livro Presente do mar, na tradução brasileira publicada em 1996, emprestei-o a uma amiga, que o cedeu à sua mãe para ler. Depois de algum tempo, o exemplar voltou, quando pude começar a lê-lo a partir da biografia no final do livro. A edição era graciosa, com desenhos em aquarela e conchinhas penduradas do lado de fora, que vinham de presente. Qual não foi minha surpresa ao ver que estava lendo sua biografia exatamente no dia do seu aniversário, 22 de junho de 1996, quando ela completava 90 anos!
Corri até o quarto para buscar o meu diário onde havia feito a tradução do primeiro poema do livro e lá estava a data em que li O Unicórnio e me senti impelida a traduzir os poemas: 22 de junho de 1976! Vinte anos haviam se passado até que eu retomasse a tradução. Agora eu me sentia pronta para começar.
À beira de completar mais 20 anos dessa minha descoberta, finalmente tomo a coragem de lançá-los, quase 40 anos depois da primeira leitura, uma poeta que quase ninguém conhece no Brasil. Nos Estados Unidos, ela é celebrada até hoje. E é dessa forma que rendo minha homenagem a uma autora de talento tanto para escrever como para voar.
Thereza Christina Rocque da Motta
O Unicórnio está imóvel ,
contemplando,
resignado;
impassível, menos por seu chifre;
continua vivo em seu chifre;
horizontalmente,
preso;
perpendicularmente,
livre.
que contempla o céu à noite
e desdenha da prisão imposta
por grades e muros,
observando a imensa liberdade
da noite estrelada,
e encontra ali a sua felicidade:
então, o unicórnio
está livre.
O que é liberdade?
cativo:
mas livre.
Thereza Christina Rocque da Motta nasceu em 10 de julho de 1957, é poeta, editora e tradutora. Publicou Relógio de sol (1980), Papel arroz (1981), Joio & trigo (1982, 1983, 2004), Areal (1995), Sabbath (1998), Alba (2001), Chiaroscuro – Poems in the dark (2002), Lilacs/Lilases (2003), Rios (2003), Marco Polo e a Princesa Azul (2008), O mais puro amor de Abelardo e Heloísa (2009), Futebol e mais nada: Um time de poemas (2010), A vida dos livros (2010), Odysseus & O livro de Pandora (2012), Breve anunciação (poema dramático, 2013), As liras de Marília (poema histórico, 2013), Capitu (2014), Folias e Horizontes (2014) e o pôster-poema “Décima lua ” (1983). Traduziu A sereia e o monge, de Sue Monk Kidd (Prestígio, 2006), Marley & Eu, de John Grogan (Ediouro, 2006), A dança dos sonhos, de Michael Jackson (2011), 44 Sonetos escolhidos (2006) e 154 Sonetos (2009), de William Shakespeare e O corvo, de Edgar Allan Poe (2013). Tomou parte da Conference on World Affairs, na Universidade do Colorado, Boulder, EUA, em 2002, 2003 e 2005. É membro da Academia Brasileira de Poesia e do PEN Clube do Brasil. Coordena o evento Ponte de Versos há 15 anos. Fundou a Ibis Libris em 2000.