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A poesia de Juliana Meira

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quero-quero sentinela
semblante de planuras

ave imagem etérea
que a linguagem captura


.


da manhã angario
os pássaros

depois com sol baixo
diviso coragem e cansaço

da noite obtenho
o aço e a aragem

então forjo este poema
sem alarde


.


confio nas cartas
que se extraviam

no silêncio entregue
sem aviso


.


enquanto dizem
água e nuvens

escuto a tempestade

que muda o curso
dos cardumes


.


quando nasce
um poema

o poeta tem
morte certeira

é possível ver
no futuro texto

a funda cicatriz
do recomeço



Fotografia: Rafael Missio





Juliana Meira nasceu em Carazinho-RS, morou em Porto Alegre e atualmente vive em Curitiba. É poeta, advogada, leitora contumaz. Autora de poema dilema (Editora Porto Poesia, 2009); o segundo livro, que não leva título, integra o Projeto Instante Estante de incentivo à leitura (Castelinho Edições, 2012), poema pássaro (Editora Patuá, 2015).
 Assina o blog tempoema em:  juliana-meira.blogspot.com

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