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Um poema de Gilmar Barros

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E X T RSM Л T H V S


Ah, essa minha materialidade aonde vai?
Colada pela matéria escura juntada à matéria bariônica
Integralmente coesa, porém dispersa pela energia escura
Colapsada em si (assim)
Um blackhole mental

Nossa evolução daquela grande explosão
Então
Indomavelmente diante de nós incomensurável
O universo

Depois
Entre a força da gravidade e o fogo nuclear
O Sol
Teus satélites seguidores
Nessa jornada insólita de solidão silenciosa cósmica
Fria-vazia.

E na lua oceânica Encélado
Flutua
O sal de Saturno
Entre outras deidades soturnas
Cobertas de gelo

A vida:
Vitimada por hospedeiros malditos
Execráveis
Oriunda talvez do incógnito profundo nebuloso
Inescrutável
Haverá ratos vivendo em Exoplanetas?

Corpo:
Infestado de microrganismos endólitos
Viciado nas drogas dos dogmas e cismas
Viverei feito rei ou qual deus serei
Aton? Amon? Aton? Amon?

Fótons:
Perdidos achados desencontrados incertos precisos recalcitrantes
Tecem o espaçotempo na dobra do Alentejo
Ali, onde os imortais se escondem
Surfando as ondas fractais de Kanagawa,
Jogando peladas homéricas, batendo um truco sem parar

Bombardeamento:
Frente a constante cósmica invariável e as probabilísticas
Repleta de gradientes obscuros: strangelets, hadrons exóticos,
Alta energia - dão as boas vindas hostis dos extremos
A Radiação permanente em raios relativísticos predomina
Raios-X Raios Gama UV Neutrinos


Circuitos:
Índice de refração negativo.
Nanofios isolam minha carcaça amalgamada de meta-materiais
A Energia Piezoeléctrica captada de partículas efêmeras
Percorre o chicote de cristais fotônicos:
Efeito adiabático - há inferência.

Comportamento:
Surge do refluxo de dados irados,
Quibs nervosos que oscilam erráticos - superativos,
Fora/dentro (no meio) dum sistema dissipativo;
Markoviano - não Markoviano,
São quasipartículas majoranas sofrendo os efeitos,
Da esquizofrenia refratária.

Instantaneidade:
Quantas civilizações?
Apareceram - desaparecerão.
Desapareceram - Aparecerão.

Compartimento de Cargas:
Ânforas de vinhos;
Ervas venenosa;
Bactérias desnitrificantes; Sementes.
Naipes de baralhos;
Cartas de amor platônicas;
O lixo da fissão;
O Jackpot e a caixa de Pandora...
Tudo confere.

Já nas bordas desse entrelaçamento quântico...
Sensores detectam:
A ç ã o F a n t a s m a g ó r i c a à D i s t â n c i a.
Encontro o gato de Schrodinger
(multifacetado)
Bebendo o leite denso-intenso da Via Láctea.

Orientação:
Jatos de plasma laser-íons (obstinados) mantêm o passo...
Meu propulsor antimatéria (raivoso), arde no vácuo.
Corrigindo a rota de colisão com Andrômeda,
Giroscópios (alucinados), acoplados a motores lineares supercondutivos;
Alteram um curso vetorial que o medo escalar acompanha.
Seguiremos adiante – Avante!

Mas ao tremor de estrelas Magnéticas distantes: 16.000 Anos Luz,
Iluminando o céu noturno da Terra sem Nut – a Deusa!
Nua, com seu belo arco-corporal-estelar do esplendor.
Lá todavia, os encapsulados da crendice - remanescem...
Ora adorando deuses mórbidos-amorfos, ora venerando
Velhas estrelas (gigantes vermelhas) agonizantes...
Consumindo seus combustíveis - até a morte.

                                                                             FIM

Nota: Uma versão deste poema foi publicada na Antologia Hiperconexões Realidade Expandida Volume 2 , organizada por Luis Brás ( Patuá/2014 ). Este poema é parte do livro QUADRA CUBATÃO ( no Prelo ). O autor ressalta que a letra Sigma que consta no titulo representa uma cópia romana da arte grega. O título EXTREMATVS é um falso latim que representa um superlativo da palavra EXTREMO. 




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