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4 poemas de André Trevisan

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- amor wittgensteiniano

Tudo ocorre como se X estivesse
constantemente aí para Y, porém,
o oposto nem sempre é verdadeiro.
I.é, a presença de Z, impede que Y
corresponda as expectativas de X,
logo, podemos concluir que, assim 
como o acaso rege a matemática, Z
subtrai-me propositadamente de ti.
Equacionai o valor desta expressão,
pois, tal como vige poesia na lógica,
existe contradição em meu coração.






- multitask

Tanto fala,
menos faz

Quanto pensa,
mas se mente

Tanto vês,
menos toca

Tanto tem,
mais se quer

Quanto quer,
menos és

Ladra, mas 
não morde.





- alvorecer

Velha ave,
ontem alva,
tuas penas,
invejadas,
foram montes

hoje, nua,
entorna asas,
repousa e pena,
já sem pluma

amanhã alveja
os teus alvos
novos, anseie,
e alce voo,
pleno voo.




- mais valia

Numa jornada
ab sorve tua
vida, feito
máquina de
moer gente!

É relativa,
tuas horas
produzidas
jamais valia
duras penas

É absoluta
e intensa,
tua fadiga,
não valia,
um poema!”



André Trevisan nasceu em Santo André (SP) aos dezoito de março de mil novecentos e oitenta e hum; (de)formado em História e Filosofia, foi membro do conselho consultivo da Verinotio: revista online de filosofia e ciências humanas. Atua como professor na rede pública e particular de ensino. Procura pela poesia como aquele velho monstro que ao estranhar seu reflexo no espelho d’água, busca na arte poética o cultivo do olhar e da beleza perdida, seja “Tricotando neurônios, costurando ciladas, bordando poesia ou palavras-cruzadas?“, como disse ainda em um de seus recentes haikais, armazenados em seu blog www.humanissimo.webnode.com

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