- amor wittgensteiniano
Tudo ocorre como se X estivesse
constantemente aí para Y, porém,
o oposto nem sempre é verdadeiro.
I.é, a presença de Z, impede que Y
corresponda as expectativas de X,
logo, podemos concluir que, assim
como o acaso rege a matemática, Z
subtrai-me propositadamente de ti.
Equacionai o valor desta expressão,
pois, tal como vige poesia na lógica,
existe contradição em meu coração.
- multitask
Tanto fala,
menos faz
Quanto pensa,
mas se mente
Tanto vês,
menos toca
Tanto tem,
mais se quer
Quanto quer,
menos és
Ladra, mas
não morde.
menos faz
Quanto pensa,
mas se mente
Tanto vês,
menos toca
Tanto tem,
mais se quer
Quanto quer,
menos és
Ladra, mas
não morde.
- alvorecer
Velha ave,
ontem alva,
tuas penas,
invejadas,
foram montes
hoje, nua,
entorna asas,
repousa e pena,
já sem pluma
amanhã alveja
os teus alvos
novos, anseie,
e alce voo,
pleno voo.
ontem alva,
tuas penas,
invejadas,
foram montes
hoje, nua,
entorna asas,
repousa e pena,
já sem pluma
amanhã alveja
os teus alvos
novos, anseie,
e alce voo,
pleno voo.
- mais valia
Numa jornada
ab sorve tua
vida, feito
máquina de
moer gente!
É relativa,
tuas horas
produzidas
jamais valia
duras penas
É absoluta
e intensa,
tua fadiga,
não valia,
um poema!”
ab sorve tua
vida, feito
máquina de
moer gente!
É relativa,
tuas horas
produzidas
jamais valia
duras penas
É absoluta
e intensa,
tua fadiga,
não valia,
um poema!”
André Trevisan nasceu em Santo André (SP) aos dezoito de março de mil novecentos e oitenta e hum; (de)formado em História e Filosofia, foi membro do conselho consultivo da Verinotio: revista online de filosofia e ciências humanas. Atua como professor na rede pública e particular de ensino. Procura pela poesia como aquele velho monstro que ao estranhar seu reflexo no espelho d’água, busca na arte poética o cultivo do olhar e da beleza perdida, seja “Tricotando neurônios, costurando ciladas, bordando poesia ou palavras-cruzadas?“, como disse ainda em um de seus recentes haikais, armazenados em seu blog www.humanissimo.webnode.com.