Enquanto sangra a ferida
me abrigo nos coágulos
as mãos meditam a solidão
catando vermes
a língua despe-se da fonte.
Estranha leveza
o sorriso
é tão inútil crer no inútil.
não mais arrumo a mala
nada carrego nos ombros
eu continuo a pesar em mim.
Não preciso buscar a chave
a porta não espera ser aberta
é inútil estar na solidão
o deserto, miragem
silêncio algum rasga o cansaço.
Tudo morreu em mim
jardins apodreceram
os amigos partiram
emoldurados ressurgem.
Crianças descalças
gemem em meu sopro
espelhos me olham tristes
os olhos marítimos escureceram
abrigando estrelas sacrificadas.
Também fiquei dependurado
junto as fotografias
enforcado em alguma gaveta.
Estranha possibilidade
o amor
suplico-lhe
devolva os lampiões da infância
é urgente que eu me encontre.
me abrigo nos coágulos
as mãos meditam a solidão
catando vermes
a língua despe-se da fonte.
Estranha leveza
o sorriso
é tão inútil crer no inútil.
Deserdo-me do horizonte
desisto de costurar casacosnão mais arrumo a mala
nada carrego nos ombros
eu continuo a pesar em mim.
Não preciso buscar a chave
a porta não espera ser aberta
é inútil estar na solidão
o deserto, miragem
silêncio algum rasga o cansaço.
Tudo morreu em mim
jardins apodreceram
os amigos partiram
emoldurados ressurgem.
Crianças descalças
gemem em meu sopro
espelhos me olham tristes
os olhos marítimos escureceram
abrigando estrelas sacrificadas.
Também fiquei dependurado
junto as fotografias
enforcado em alguma gaveta.
Estranha possibilidade
o amor
suplico-lhe
devolva os lampiões da infância
é urgente que eu me encontre.