há lugares onde a saudade, não fosse ela inopinada
e irrecusável, se exerce com método:
nos bancos de praça, pelas janelas
do quinto ao sétimo andar, diante do mar
nos alpendres dos sobrados, no interior do goiás
dentro dos ônibus interestaduais
e nas penitenciárias.
há lugares onde a saudade, não fosse ela inopinada
e irrecusável, não encontra passagem:
na rua XV do zênite, no pega-pra-capar do trânsito
na fila do banco, pelas escadas carregando compras
em frente aos muros pichados, nas lojas de sapatos
celulares e ares-condicionados
dentro de túneis, elevadores e mictórios.
Rodrigo Madeira