Conheçam algumas notas jogadas pro alto
[por um imaginário marginal de Marcel]
(sobre o artista Marcel Duchamp),
publicadas em 5 partes
[ de jan a fev/2013 ]
na revista eletrônica,
parceira da Mallarmargens,
Desmandamentos...
nota hum: "Duchampirando"
"[...] Tarado demais! Insano demais! Futurista demais!" – exclamaram os cubistas puristas, em uníssono, todos reunidos em seu cubí/cu/lo retilíneo e apertadinho. Puto, pirado, inconformado conjurando giras indígenas, inaugurando gírias injuriadas, ele resolve saltar no vazio de uma possibilidade tão nova quanto assustadora: desmascarar a arte inteira, com cinismo tão intenso, descarnar as áreas sebosas da arte gorda da vanguarda burguesa como um serial killer, como Jack the ripper [...] plantar um despacho de urinol que esculachasse os museus do eu, [...] para extinguir da arte burra, sua parte mais cinicamente absurda. Só esse Duchamp pirado, duchampirando, esse duchamp/piranho encontrou seu lugar nas desmemórias históricas [...]" [leia a nota completa aqui]
nota dois: "A pomba-gira de Duchamp se chamava Rrose Sélavy"
"[...] De dentro de Marcel emerge Rrose, querendo sê-lo, mas já é a si própria (assim que se assume acima), assim que surge, que nunca o encontra (mas onde afinal o encontraria?). O enigma foi dado desde o "Grande Vidro" e os dados continuam sendo dados – "Etant donnes" – até o final do início. Primeira Drag, Rrose coloca em xeque (ele era enxadrista) tanto o saco másculo (dá-lhe um soco), quanto o asco ácido de um Duchamp machista [...]" [leia a nota completa aqui]
nota três: "Ready-made rende mais e lava mais branco"
"[...] Ready-made rende mais porque pode estar em todo lugar. Lava mais branco sempre porque evita tintas. Eis o mundo, paraíso objectual, coisário vivo habitado por seres e reles algo mais. Algo mais pode ser um ready-made, que pode ser, por sua vez, o fresquinho que vende mais, talvez não hand-made mas industrial, a sopa-lata Campbell talvez tenha sido um ready-made também. Omo pôde ser ready-made, Tostines idem [...]" [leia a nota completa aqui]
nota quatro: "Rotoreliefs, quem ri por último, ri feliz"
"[...] O rei da arte não retiniana queria ferir retinas, com círculos impressos girando, causando náusea, desequilíbrio, mas era alívio – efeito-túnel do tempo-meio anos 50, mas nos anos 20. Os discos óticos, giratórios, deflagram o cinema anêmico, de círculos excêntricos. Era 1925. [...] Numa feira de novidades tecnológicas em Paris seu stand foi interditado e as máquinas apreendidas. Tudo leva a crer que Duchamp queria comercializar tais aparelhos em larga escala. O motivo entretanto, já que se suspeitava que ele soubesse das perigosíssimas propriedades da máquina, permanece um mistério. Os mais alarmistas afirmam que ele tinha planos muito bem traçados para a conquista do mundo e da mentes [...]" [leia a nota completa aqui]
nota cinco: "O grau zer0 do iconoclasta massai"
"[...] A vontade operativa de Duchamp não buscou o belo o reto o certo quiçá seria uma meta não fosse sua seta elétrica o cometa de sua cabeça estelar resplandecendo. Sua busca foi pelo nexo sem matéria – meta-ironia – por uma arquitetura do conceito e não por uma fatura da imagem [...]. Como enxadrista, foi profissional, escreveu livros de regras e estratégias, venceu torneios. “Woman is the nigger of the world” disse Lennon. Duchamp foi o negro da arte [...]" [leia a nota completa aqui]
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PROBLEMAS ESPIRITUAIS?
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