sim, eu calei
a boca de carne
a cintura, o quadril
passei mil vezes
na tua rua.
quem me viu foi
o último convidado...
não levei o vinho,
-não levei a mal-
não levei "gravura"
sim, eu calei
a alma de azul
e declamei zonzeira
desejei
(apertando os olhos)
que o verso fosse cru
naquela frase ligeira
parafina
quando fiquei
pequena no teu colo
e o longe nem existia
mordemos as nossas
bocas.( muitas vezes...)
fizemos juras caladas
rezamos bebendo estrelas
telúricos codinomes
terra, fogo, ar (água)
ah, tudo ardia!
mágoa sem rotina
memória de retina
o pavio do amor
é longo diálogo,
é morfina...
umidade
ela tinha a mesa
posta e algumas
coisas que criança
não podia ouvir.
(silêncio agora...)
os seios na bandeja
algumas cerejas nas coxas
e sal de suor nas costas
banquete de mulher:
sacramentar o sêmen
daquele homem
em qualquer momento
oportuno, ele vestirá
sua vida, de novo.
e mais uma vez
de novo...
ela tinha a mesa
posta e algumas
coisas que criança
não podia ouvir.
(silêncio agora...)
os seios na bandeja
algumas cerejas nas coxas
e sal de suor nas costas
banquete de mulher:
sacramentar o sêmen
daquele homem
em qualquer momento
oportuno, ele vestirá
sua vida, de novo.
e mais uma vez
de novo...
Presente
mordo as maças
do teu rosto,
um naco do teu
chocolate.
Só o anzol exposto
e o sol a pino.
-Penso que senti
muito frio.
Mordo a orelha
do livro que você
desenhou.
Eu espalhei a mobília
ilhas e lençóis
Doze apóstolos...
Pão e vinho.
"Dia de virar felicidade"
Sozinha,
penso na cidade grande
mandamento de virar
eternidade.
mordo as maças
do teu rosto,
um naco do teu
chocolate.
Só o anzol exposto
e o sol a pino.
-Penso que senti
muito frio.
Mordo a orelha
do livro que você
desenhou.
Eu espalhei a mobília
ilhas e lençóis
Doze apóstolos...
Pão e vinho.
"Dia de virar felicidade"
Sozinha,
penso na cidade grande
mandamento de virar
eternidade.
Pão
Acho que o amor
se escondeu no café
forte e amargo
dessa manhã.
No abraço desmedido
do sol que força a janela.
Pra entrar na casa dela
Há de se ter asas
"Eles comem o pão
que eu beijei na mão".
Pedi benção pra trocar
o escondido de lugar.
O que diabo amassou,
só divido com anjos.
Acho que o amor
se escondeu no café
forte e amargo
dessa manhã.
No abraço desmedido
do sol que força a janela.
Pra entrar na casa dela
Há de se ter asas
"Eles comem o pão
que eu beijei na mão".
Pedi benção pra trocar
o escondido de lugar.
O que diabo amassou,
só divido com anjos.
Sobre o amolador de palavras
Era um vicio besta
desrespeitar um tratado
Amolar qualquer desejo,
desprender a língua
do palato.
- E ela falava, falava...
Imensamente ela engoliu
palavras que pariu no quarto.
Cuspiu de náusea,
de dor, de fato.
Era um vicio de vazio
"que ela tratou no bico"
Depois, tratou de entender
outras coisas sobre a vida.
Era um vicio besta
desrespeitar um tratado
Amolar qualquer desejo,
desprender a língua
do palato.
- E ela falava, falava...
Imensamente ela engoliu
palavras que pariu no quarto.
Cuspiu de náusea,
de dor, de fato.
Era um vicio de vazio
"que ela tratou no bico"
Depois, tratou de entender
outras coisas sobre a vida.
Poemas: Luciane Lopes
Imagem da artista plástica mineira Cristina Arruda.
Imagem da artista plástica mineira Cristina Arruda.